Assim que
aterrissei em Xangai saí para dar uma caminhada perto do hotel e descomprimir
das tantas horas de voo. Afinal, estamos falando de um destino que fica
literalmente do outro lado do mundo. Enquanto eu esperava o sinal abrir para
atravessar a rua, uma senhora muito simples se aproximou vendendo uns
bonequinhos coloridos e pedindo auxílio financeiro. De imediato eu disse que
não tinha dinheiro, pois realmente ainda não havia trocado RMBs. Prontamente a
ambulante puxou um cordão que trazia pendurado ao pescoço e apontou para o
“seu” QR Code do WeChat. Como assim?
Bastava
escanear o código e transferir imediatamente o valor desejado para ajudar
aquela simpática criatura de olhos puxados, cabelos brancos e baixa estatura. O
queixo caiu. Afinal, a China criou o dinheiro de papel como usamos hoje e
provavelmente também será a responsável por eliminar o papel de circulação.
Transações
financeiras ágeis com celular através do AliPay (uma carteira virtual do grupo
Alibaba) e WeChat Pay (superaplicativo chinês criado pela Tencent), Fintechs
competindo com as instituições financeiras tradicionais e o uso de tecnologias
que ainda nem sonhamos no Brasil (e em grande parte do mundo) mostram que esse
país gigante caminha a passos largos rumo ao futuro.
WeChat Pay usado largamente na China.
A pergunta que não quer calar a
cada retorno é: “Cadê a China que estava aqui?” Nesses últimos quinze anos, estive
sete vezes na China e vi mudanças acontecendo na velocidade da luz. A cada
retorno levo um susto! Mais tecnologia, mais desenvolvimento, mais
sustentabilidade, mais flores, mais inclusão digital nos moldes chineses, menos
poluição, menos pobreza.
A China deu um salto da era industrial para a era tecnológica, está se preocupando com o meio ambiente sim e tirou 750 milhões de pessoas da linha da pobreza. Impressionante!
A China deu um salto da era industrial para a era tecnológica, está se preocupando com o meio ambiente sim e tirou 750 milhões de pessoas da linha da pobreza. Impressionante!
Espetinhos de escorpião do Mercado Noturno de Pequim que hoje não existe mais.
Foto de 2013.
ATRAVESSANDO
A MURALHA DIGITAL
E por
falar em WeChat... Fiquei perplexa com a sofisticação e ao mesmo tempo com a
facilidade de comunicação através desse aplicativo de mensagens, que na verdade
é um serviço multiplataforma. Ele corresponde “até certo ponto” ao WhatsApp (que
não é liberado na China), porém com muitas outras funcionalidades. Faz
inclusive transferência de dinheiro, como o da ambulante que acabei de citar. É
um app faz-tudo. Também dá para pedir comida, enviar currículo, fazer compras,
além de conectar pessoas. Baixei o aplicativo ainda no Brasil para conseguir
falar com a galera local mas fui bloqueada na mesma hora. Ao chegar em Xangai
precisei que um chinês liberasse meu acesso. E cada pessoa tem um número bem
limitado de amigos estrangeiros para convidar por ano.
O WeChat
nasceu em 2011 e já é usado por mais de um bilhão de pessoas. Os números assustam
na China, afinal ele é o país mais populoso do mundo, com 1.4 bilhão de
habitantes, competindo com números semelhantes
aos da Índia em termos populacionais.
É fácil perceber
que ainda há uma muralha de comunicação com o mundo. A censura chinesa é
sensível quanto ao conteúdo que circula no país. Há filtros para impor regras
às empresas norte-americanas que costumam ditar o rumo da internet no mundo.
O acesso da população chinesa a rede é restrito. Google, Facebook, Twitter, YouTube, Instagram, Whatsapp e vários outros serviços globalizados são bloqueados na China. Isso fez com que outras possibilidades nascessem para cobrir essa lacuna. E eles não ficaram para trás. Bem pelo contrário. Criaram o WeChat, Youku, Kwai, TikTok, Baidu, AliExpress, DiDi... Desenvolveram um ecossistema online próprio. E quer saber da verdade? Uma geração de chineses se criou sem sentir falta do Google. Afinal, eles são autossuficientes.
O acesso da população chinesa a rede é restrito. Google, Facebook, Twitter, YouTube, Instagram, Whatsapp e vários outros serviços globalizados são bloqueados na China. Isso fez com que outras possibilidades nascessem para cobrir essa lacuna. E eles não ficaram para trás. Bem pelo contrário. Criaram o WeChat, Youku, Kwai, TikTok, Baidu, AliExpress, DiDi... Desenvolveram um ecossistema online próprio. E quer saber da verdade? Uma geração de chineses se criou sem sentir falta do Google. Afinal, eles são autossuficientes.
Mas aqui
vai a #dica: se você quiser ter acesso a essas plataformas ocidentais bloqueadas
na China baixe uma VPN - Virtual Private Network - antes de chegar ao país.
Usei a Betternet e funcionou super bem. Outra opção é a Express VPN. Pela
primeira vez consegui abrir o www.viajarpelomundo.com na China. Sinal de mudança!
Betternet Premium, a VPN que usei e indico.
Já, o
Google Maps não abre com nem VPN nem com banda de música. Use o Apple Maps ou Baidu
para se locomover e lembre-se de levar sempre um cartão do hotel com o nome
escrito tanto em inglês como em mandarim. Você vai precisar! Mapa de papel
também pode ajudar nas suas “caminhadas”, uma vez que aluguel de carro é possível
apenas para estrangeiros que tenham uma habilitação chinesa. Ou seja, quase
impossível!
Uber também
não rola. Eles criaram o DiDi (que inclusive já comprou o 99). Cadastre seu
cartão internacional e boa sorte. Não consegui chamar motorista com ele. Por
alguma incompatibilidade com o cartão de crédito, eles não aceitavam. Taxi também é
boa opção! Solicite no próprio hotel. Na rua é bem complicado, a comunicação é
difícil e eles não fazem nenhum esforço para levar estrangeiros.
Quanto ao
uso do telefone celular compre um pacote de dados internacionais ainda antes de
sair do Brasil e essa será a melhor opção. O que tenho, da Claro, custa 29,90
por mês para usar no mundo todo e vale super a pena. Mesmo que os hotéis tenham
internet 5G poderosa na China, muitas vezes não são compatíveis com nossos
telefones e nossa internet. Não dê mole, contrate um serviço de dados ou você
ficará incomunicável. Eu até comprei um chip local para testar. Sem sucesso!
Ficou lento no meu celular. Pensando sem parar...
Depois de
ultrapassar a barreira digital imposta por esse país de tremendo potencial
econômico vale entender que essas inovações, em breve terão impacto na nossa
vida. Elas já estão chegando do
lado de cá do planeta e vem ganhando muitos adeptos, uma vez que os chineses estão
notoriamente à frente do nosso momento.
Imagine ir
a um restaurante totalmente digitalizado. No cardápio cada prato tem seu QR
Code para que seja feito o pedido e o pagamento. Ou quem sabe fazer compras num
mercado ou feira livre tendo a facilidade de pagar com um aplicativo de celular.
É por aí que caminham as mudanças digitais.
BEM-VINDO
AO FUTURO
Uma vez
atravessada a muralha digital é a vez de mergulhar na cultura milenar da
China. Nesse viagem, a convite da 798 Ventures e em parceria com o governo
chinês, entrei no país pela futurista Xangai, depois voei até a rural Chengdu e
revi a imperial Pequim. Três cidades de perfis bem diferentes que constroem um
belo recorte da China.
Vamos nessa?
Da esquerda para a direita o timaço convidado pela 798 Ventures para uma imersão na China tecnológica: Marcus Vinicius Freire (Play 9), Otávio Miranda (798 Ventures), Rita Lobo (Panelinha), Claudia Liechavicius (Viajar pelo Mundo!), Gabriel Chalita (escritor/filósofo), Kond (Kondzilla), Isabela Martins (Hertz/Localiza), Lucas Marques (Melius), Leo Caldas (videomaker Kondzilla), Edu Cavalieri (798 Ventures). Não estão na foto Camila Coutinho (Garotas Estúpidas), Erick Coser (798 Ventures). Ronaldo Lemos (Expresso Futuro/Globonews).
XANGAI, O
FUTURO MORA AQUI
A noite
caía quando cheguei a Xangai - a maior cidade da China e principal centro
financeiro - depois de uma viagem de 22 horas. É longe! Apesar do cansaço, as ruas
limpíssimas e floridas, as luzes festivas de Pudong refletidas nas águas do rio,
o vai e vem dos pedestres pelo calçadão do The Bund, os tantos prédios de
design arrojado e a segurança (que não deveria causar estranheza) me chamaram
para uma caminhada. Como resistir aos encantos da cosmopolita e futurística Xangai?
Passei
pelo Templo do Buda de Jade e parei por alguns instantes tomada pela paz de
espírito desse local sagrado tão antigo e tão bem preservado. O budismo é uma
das principais religiões chinesas. Pena que não consegui entrar. Era tarde da
noite, o templo estava fechado. Mesmo assim o contorno do complexo religioso
contrastando com grandes prédios modernos ao redor, me fez sorrir e agradecer
por estar ali.
O cuidado
com a preservação do passado é uma constante. O Templo do Buda passou por uma
renovação recente assim como o Templo Longhua e o jardim chinês Yu Garden, que
não consegui rever por estar fechado para obras. Xangai só fez me surpreender
com seu desenvolvimento, com o contraste harmonioso entre o novo e o velho, com
o planejamento meticuloso de cada detalhe. Temos muito a aprender com eles. É
espantoso como a cidade está linda e desenvolvida.
Quando a
fome bateu, fui parar no delicioso Din Tai Fung, que serve os tradicionais
dumplings chineses. Essa cadeia de restaurantes tem casas espalhadas por vários
países do mundo, os preços são corretos, mesmo tendo uma estrela Michelin.
Matei a vontade de devorar aqueles “dim sums”, legumes e verduras deliciosos.
Bons restaurantes não faltam na cidade.
Dumplings do restaurante Din Tai Fung.
Vale
lembrar que Xangai surgiu como um simples vilarejo de pescadores na Dinastia
Sung (960 – 1279) banhada pelo Mar da China Oriental e pelo rio Huangpu. Para
os padrões milenares desse povo, é uma
cidade jovem. Mas, foi durante na Dinastia Ching (1736 – 1796) que se
tornou um porto regional e decolou. No entanto, após ser derrotada nas duas
Guerras do Ópio, a China teve que abrir seus portos ao comércio exterior e
fazer concessões territoriais à Inglaterra, França e outros países. Eis que a
cidade portuária floresceu como importante
posto comercial entre ocidente e oriente, e se tornou um pólo financeiro na
década de 30. Com a chegada do comunismo em 1949, a influência internacional
declinou. Foi depois dos anos 90, que essa metrópole chinesa, cosmopolita e ocidentalizada retomou seu crescimento e teve o ímpeto de se reinventar
com tremenda velocidade. Recentemente, a Bolsa de Xangai lançou um novo índice
de valores que equivale ao americano Nasdaq para competir com os Estados
Unidos. O Star Market tem o objetivo de facilitar a entrada de novas empresas
no mercado de ações.
Hoje,
Xangai é um pólo financeiro e um belo destino turístico, com marcos históricos espalhados
ao longo do rio Huangpu. Na margem oeste está a região The Bund, repleta de
prédios em estilo francês. É a parte mais movimentada de Xangai, com modernos
shoppings, lojas de grifes internacionais, bons restaurantes e um calçadão perfeito
para se curtir o sunset com aquele super skyline iluminado. Uma boa opção
noturna é fazer um passeio de barco pelo rio para se deslumbrar com a
iluminação dos prédios.
Do outro lado
do rio está Pudong, uma antiga área rural que foi transformada em centro
financeiro há poucos anos e vem se desenvolvendo a passos largos graças ao
programa SHFTZ - Shanghai Pilot Free Trade Zone - uma zona de livre comércio criada em 2013, que só faz
crescer. Um espanto! Tive o privilégio de visitar o City Management Center of
Pudong New Area e fiquei impressionada com a dimensão dos novos projetos de
desenvolvimento. A China está dando aula pro mundo.
Pudong é
uma região tranquila, bastante comercial e pode ser acessada por um túnel que
passa debaixo do rio, de barco ou pela ponte Nanpu. Ali fica a icônica torre de
TV Pearl Tower. Vale subir no observatório com chão de vidro. Outros prédios
que rasgam o cenário são o arranha-céus Jinmao Tower com 420 metros e o
Shanghai World Financial Center com 492 metros de altura o mais alto da cidade
e um dos mais altos do mundo. Para um dia de alegria e para quem estiver com
crianças vale visitar a nova Shanghai Disney. Outros grandes feitos da
engenharia são a Ponte Nanpu, primeira ponte a atravessar o rio Huangpu e a
estação do trem-bala que conecta Xangai a Pequim (1.200km) em apenas 4 horas e
meia; e Xangai a Nanjing (300 Km) em menos de uma hora. O trem chega a 350
km/h. Surreal. Mas, o mais impressionante é que já há testes com trens que vão
de 450 a 600 km/hora, praticamente a velocidade de um avião.
Para saber
mais sobre o solo em que você está pisando é preciso visitar o Shanghai Urban Planning
Centre. Esse museu fica na Praça do Povo, ao lado do prédio da prefeitura e tem
uma maquete que mostra a cidade num futuro próximo. A maquete é inacreditável
de tão bem feita, aliás como todas as que vi na China. Tem 600 metros quadrados
e fica sobre uma plataforma elevada. Dá para visualizar a cidade toda, detalhes
dos bairros, pontos turísticos e ver como o rio Huangpu divide Xangai em duas
metades. Metades absolutamente complementares e integradas.
Também vale
fazer uma incursão antropológica pelos seis quilômetros da rua de pedestres
Nanjing Lu, a partir da Praça do Povo. Ali ainda há alguns traços antigos da
China seja nos letreiros enormes com ideogramas em mandarim ou nas lojinhas
tradicionais de produtos chineses.
Rua de pedestres Nanjing, em Xangai.
Uma
visita interessante que fiz foi ao Shanghai Media Group SMG, uma instituição
governamental que congrega 15
canais de TV aberta, 15 canais por assinatura, 13 rádios, 6 jornais e revistas.
Uma gigante com um super portfólio de mídia e negócios relacionados.
Quer
saber o que não muda com facilidade? O empurra-empurra nos locais fechados como
metro, a dificuldade de fazer fila e o respeito pelo espaço corporal do outro.
Esses hábitos culturais são muito fortes e diretamente relacionados a
quantidade absurda de pessoas que disputam o espaço pelas ruas chinesas. É
preciso entender isso para saber que uma cotovelada na rua, um pisão no pé ou
alguém passando à sua frente não são comportamentos agressivos, mas dogmas
culturais. Sorria, siga o fluxo e entenda que os mais velhos têm prioridade
sempre!
Para ficar muito bem hospedado em Xaangai indico os hotéis abaixo:
The Península Shanghai
Four Seasons Pudong
Jing An Shangri-La
Hyatt on the Bund
Mandarin Oriental
Pudong Shangri-La
CHENGDU,
A TERRA DOS PANDAS GIGANTES
Confesso
que Chengdu ainda não tinha atraído minha curiosidade até Ronaldo Lemos
concorrer ao prêmio Golden Panda Awards com o documentário Expresso Futuro
apresentado no programa Fantástico, da Rede Globo. Essa premiação tão
importante da Ásia, acontece exatamente na cidade de Chengdu, no centro-sul da
China. E foi por isso que a capital da província de Sichuan entrou na minha
rota.
De Xangai
a Chengdu foram 3 horas de voo para cobrir os 1.950 quilômetros de distância. A
China é imensa, terceiro maior país do mundo em extensão territorial. E como
não podia deixar de ser, Chengdu tem 14 milhões de habitantes, aproximadamente
o mesmo que São Paulo, a metrópole brasileira mais populosa. Ela não tem o estilo
cosmopolita de Xangai nem a pompa de Pequim, mas reflete bem a China de hoje. Entrou,
em 1999, em um programa do governo que visa alavancar o desenvolvimento das
cidades do interior e se beneficiou muito, tanto na área rural como na zona
urbana.
Impressiona
olhar pela janela do hotel e ver amplas avenidas, grandes blocos residenciais e
áreas comerciais que parecem ter saído do forno recentemente. É tudo novo, limpo,
moderno, próspero. Prédios de design incrível, centros comerciais imensos com
grifes internacionais, bons restaurantes. Uma bela injeção de yuans.
O que ainda
há de construções nos moldes antigos, que não favorece a qualidade de vida,
está com os dias contados. É comum passar por quarteirões inteiros marcados
para serem demolidos ou que já foram postos abaixo para dar lugar ao novo. Isso
sem falar nos bairros que estão nascendo do zero, como Tianfu, ao sul da cidade,
cujo nome significa “terra de abundância”. Essa nova área, juntamente com
outros locais da cidade, constituem zonas chave para o desenvolvimento de
Chengdu, com construções inovadoras e sustentáveis, meios de transporte com
baixo impacto ambiental e projetos de alta tecnologia. Isso tudo numa
velocidade surpreendente e cercado por muitas áreas verdes.
A
primeira linha de metro de Chengdu entrou em circulação em 2010. Hoje já são 6
linhas que cobrem uma malha de 200 quilômetros. No final do ano passado, uma
rota de 27 quilômetros feita em trem magnético suspenso foi inaugurada. O trenzinho é uma graça, tem a carinha de um panda e usa uma nova forma de energia com
baterias de lítio-íon que prometem menos dano ao ambiente. Os ganhos de Chengdu
tem sido fabulosos e a cidade já vem sendo considerada uma das mais interessantes
da China depois de Pequim e Xangai. Virou um grande centro de negócios e atrai
investidores do mundo todo. É um destino imperdível para quem quer explorar o coração
da China e ir além do óbvio.
Trem suspenso, Chengdu.
Chengdu é
uma cidade plana e cercada por montanhas. Para mergulhar na tradição chinesa
vale visitar os bairros JinLi e Kuanshai Xiangzi, com ruelas históricas do
século XVI que foram restaurados e mantém os ares de antigamente com lanternas vermelhas,
templos e aquela arquitetura chinesa que habita o nosso imaginário.
Para experimentar
a tradicional cozinha apimentada de Sichuan indico o restaurante Chengdu.
Elegante, com excelente cozinha e ótimo serviço. Experimente a sopa de tofu
caseiro e o hot pot de caranguejo.
Afaste-se
da zona urbana e você vai se encantar com a vida rural nos arredores da cidade.
Um vilarejo interessante é o Zhanqi. Ele foi revitalizado e se tornou um
simpático ponto turístico com lojinhas e restaurantes especializados na
culinária picante de Sichuan, uma das mais famosas da China. Adorei conhecer e
circular pelos tanques onde a pimenta é preparada.
Perto
dali, a dica de um bom restaurante em Chongzhou, na Daoming Town, é o Dao
Mingzhu Li. Um dos melhores da viagem. Aliás, a comida de Sichuan é realmente maravilhosa.
Mesmo para quem não gosta muito de pimenta, como eu, a cozinha é imbatível.
Aqui vai o telefone para reservas pois é escondido e concorrido: +173 58578775
/ +181 23390653.
Nessa
região também há grandes áreas de cultivo de verduras e legumes tanto
hidropônico como no solo e ateliers que produzem artesanato em bambu e
cerâmica.
Artesanato em Bambu.
Mas, o
motivo número um de uma escala em Chengdu geralmente está atrelada a uma visita
aos pandas gigantes na Chengdu Research Base of Giant Panda Breeding. Essa
reserva ajuda na criação, reabilitação e reprodução dos pandas gigantes, uma
vez que eles são o símbolo da China e estão em extinção, pois têm preguiça de
namorar. Os pandas gigantes representam a gentileza, a força e a sabedoria.
Eles são dóceis, tímidos e dorminhocos. Quando estão acordados devoram bambu
sem parar. Crescem até 90 centímetros e pesam de 70 a 160 quilos. São muito
carismáticos. Você sabia que se alguém matar um panda poderá ter pena de prisão
perpétua? O assunto é sério na China.
Research Base of Giant Panda Breeding.
Hotéis legais
em Chengdu não faltam:
The Ritz-Carlton Chengdu
Shangri-La Chengdu
Kempinski Chengdu
Grand Hyatt Chengdu
St Regis Chengdu
Niccolo
The Temple House
Se quiser uma experiência nas montanhas considere o Six Senses Qing Cheng Mountain.
Um arraso!
The Ritz-Carlton Chengdu
Shangri-La Chengdu
Kempinski Chengdu
Grand Hyatt Chengdu
St Regis Chengdu
Niccolo
The Temple House
Se quiser uma experiência nas montanhas considere o Six Senses Qing Cheng Mountain.
Um arraso!
DE VOLTA
A PEQUIM
Cidades
poluídas e sem programas de sustentabilidade? Ficaram no passado da China.
Lembra daquela Pequim com uma camada preta no ar, tipo São Paulo. Não existe
mais. Impressionante! A missão agora é construir um país sustentável. E eles
não brincam em serviço. Missão dada é missão cumprida. Política de incentivo ao uso de carros elétricos,
eliminando a poluição e reduzindo o ruído ambiental.
Pequim.
A cada vez que retorno, as mudanças
são visíveis e significativas, especialmente depois dos Jogos Olímpicos de
Pequim 2008. Onde foram parar os hutongs? Muitos já foram abaixo, alguns estão
com os dias contados e outros viraram hotéis ou restaurantes trendy como o TRB
Hutong que acabou de ser eleito como o número 1 do mundo pela TripAdvisor. E,
merece uma reserva. É maravilhoso!
Aquele
famoso Mercado Noturno da rua Wanfujing com os tais espetinhos de escorpião e
outras iguarias estranhas... se foi. Página virada! Muita coisa mudou. As ruas estão limpas e floridas. As pessoas já não andam mais
de pijama na rua, escarram bem menos, há vasos sanitários ocidentais nos
locais públicos, as crianças já usam fraldas, os mercadões de produtos falsificados
estão mudando de perfil para se enquadrar nos padrões globais. A China está
caminhando da falsificação para a inovação. E os preços que antigamente eram
módicos estão subindo junto.
Lojas chinesas cheias de bossa mudam o cenário.
Pequim agora figura como meca do
turismo chinês. Tem atrativos de sobra: Cidade Proibida, Templo do Céu, Palácio
de Verão, Grande Muralha, Templo do Lama, Ópera de Pequim, a destreza dos
contorcionistas, a habilidade dos massagistas. Isso sem falar nas empresas como
Alibaba, Youku, Tik Tok, Kawai, sediadas em Pequim, que apontam os holofotes
para o futuro e as quais tive a oportunidade de conhecer.
Isso mostra como a vida é cíclica. Se nos séculos XI e XII os chineses foram um dos povos mais evoluídos do planeta. Eles agora sobem novamente ao topo da onda surfando na era tecnológica, com uma economia para ninguém botar defeito. A capital chinesa é uma potência emergente que se reinventa e surpreende o mundo numa velocidade alucinante.
Isso mostra como a vida é cíclica. Se nos séculos XI e XII os chineses foram um dos povos mais evoluídos do planeta. Eles agora sobem novamente ao topo da onda surfando na era tecnológica, com uma economia para ninguém botar defeito. A capital chinesa é uma potência emergente que se reinventa e surpreende o mundo numa velocidade alucinante.
Equipe do grupo Alibaba comandada pela diretora Yang (ao centro) e as gerentes de relações internacionais Cai Xinhuan e Sia recebendo nosso grupo.
Mas Pequim também é uma aula de
história a céu aberto. Você sabia que há 100 anos quem entrasse no recluso
universo de palácios vermelhos e dourados da Cidade Proibida era assassinado.
Agora A Cidade Proibida é classificada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco,
foi totalmente restaurada e é a atração mais visitada da China. Prova disso, é
a multidão que caminha em romaria pelas rampas e labirintos do complexo atônica
com a beleza do lugar que abrigou 24 imperadores das dinastias Ming e Qing. A
Cidade Proibida tem 8.700 cômodos que abrigavam os imperadores com suas
famílias e a corte.
Um dos portões de entrada da
Cidade Proibida faz frente para a Praça Celestial da Paz (Tian’anmen Square),
maior praça pública do mundo, palco de cenas violentas. Talvez você lembre, em
1989 quando tanques chineses avançaram contra estudantes que reivindicavam pela
democracia. O evento virou manchete e escandalizou o mundo. A praça é, para os
chineses, o símbolo da vitória do Comunismo de Mao e ainda guarda embalsamado o
corpo do ditador.
Durante o verão, a corte imperial
chinesa buscava a brisa nos lagos, jardins e templos do Palácio de Verão, desde
o século XII. É outro lugar imperdível em Pequim. Tem um barco talhado em
mármore à beira do lago Kunming, uma ponte belíssima e mais de 3 mil cômodos. O
super exclusivo hotel Aman Summer Palace ocupa exatamente uma parte belíssima
do Palácio de Verão.
E por falar em hotel... meu
querido número um, muito bem localizado a uns passos da rua Wangfujing é o The
Peninsula Beijing, ao lado dele ficam os excelentes Legendale e o Regent. Para
um bom custo-benefício dê uma olhada no Renaissance Wangfujing. Se quiser uma
experiência digna de nota passe dois ou três dias no Aman Summer Palace. Sugiro
dividir a hospedagem entre o The Peninsula para circular pelo centro de Pequim
e depois dois dias no Aman do Palácio de Verão que fica na periferia da cidade,
a 40 minutos do centro e é um escândalo!!!
Aman Summer Palace. Foto divulgação.
Não perca a chance de visitar a
Muralha da China. Ela começou a ser construída entre os séculos V e III a.C. para
proteger as tribos nômades do norte da China. Nas dinastias Qin e Ming elas
foram ampliadas, o que não resolveu muito, pois essa última dinastia teve fim
exatamente quando os Manchus atravessaram a muralha. O que importa é que a
muralha tem mais de sete mil quilômetros de extensão e serpenteia por
montanhas, desertos e campos. Há vários trechos próximos de Pequim que podem
ser visitados: Badaling, Simatai, Juyongguan e Mutianyu que foi o que visitei
dessa vez com subida de teleférico e descida de carrinho num tobogã.
Muralha da China, Mutianyu.
Mirando mais uma vez no futuro a
China se prepara para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022. O
Ninho de Pássaro e o Cubo d’Água - famosos palcos de medalhas de 2008 - serão
adaptados para as competições de inverno. Além disso, as regiões montanhosas de
Yanqig (90 km de Pequim) e Zhangjiakou (190 km de Pequim) receberão um
trem-bala que vai abreviar drasticamente as distâncias. Assim caminha a China!
ENFIM...
A China
industrial dá passagem para a era tecnológica, a conexão com o mundo mesmo que
controlada já é possível e bem-vista, as grandes cidades poluídas assumem
programas eficientes de sustentabilidade, as bicicletas vão sumindo das ruas
barulhentas e dando lugar a frotas de carros elétricos, o caos do trânsito
acalmou, a qualidade de vida na área rural ganha contornos surpreendentes, a
pobreza vai ficando no passado, os trens bala conectam o país em tempo recorde,
os “hutongs”, favelas chinesas, dão lugar a prédios de design arrojado, os
falsificados começam a desaparecer do mapa dando luz a bons produtos
genuinamente chineses, alguns hábitos culturais estranhos aos olhos ocidentais
começam a desaparecer. O que ainda está longe de mudar é o avanço do espaço
corporal e a possibilidade de fazer fila. Afinal, num país com tanta gente vale
invadir o metro quadrado alheio para conseguir chegar, além disso, os mais
velhos têm prioridade sempre e são respeitados. Temos muito a aprender com a
China.
Com esse time alto astral cheio de boas energias, Ronaldo Lemos no centro da foto, levou o Panda de Ouro com Expresso Futuro.
MOEDA
Leve dólares e troque no hotel pela moeda chinesa RMB cuja
unidade básica é o Yuan. A taxa de conversão em novembro/2019:1 real = 1,70
yuan.
É possível sacar RMB em caixas ATM.
APLICATIVOS DE TRADUÇÃO
A comunicação pode ser uma grande barreira na China. Utilize
o Google Translate e o Pleco. Ambos podem ser acessados sem internet. Faça o
download do pacote com o mandarim. Adicione o teclado chinês Pinyin, caso
precise escrever ou melhor, pedir para alguém escrever alguma coisa para
traduzir.
GORJETA
Não é uma prática comum na China.
FUSO HORÁRIO
+ 11 horas a frente do Brasil
PARA SE LOCALIZAR NA CIDADE
Use o Apple Maps no IPhone. Se seu telefone for Android
baixe o Gaode Ditu também conhecido como Amaps.
VISTO PARA BRASILEIROS
Em breve, os brasileiros serão isentos de visto para entrar
na China. Será necessário apenas passaporte com validade de pelo menos seis
meses. Mas, por enquanto o visto ainda é necessário.
COMO CHEGAR
Voar de Emirates por Dubai é um dos modos mais fáceis de
chegar a China. Também é possível voar fazendo escala em algum país da Europa ou
pela África.
QUANDO IR
LEIA TAMBÉM
Oi Claudia!
ResponderExcluirQuanta mudança hein? Realmente a China está nos surpreendendo dia após dia.
Você gostou do viu ou acha que o país está se ocidentalizando demais e descaracterizando a cultura?
Abs
Juma
Temos muito a aprender com a China. Que salto de desenvolvimento em 10 anos. Impressionante!
ExcluirNossa! Como mudou... Tudo na China é um charme. Quem sabe uma visita nos próximos anos?
ResponderExcluirVamos juntas? Já quero voltar!!!! Beijos
ExcluirCL