SOL, MERENGUE E BACHATA

Por Claudia Liechavicius

Abençoada pelo Mar do Caribe, a República Dominicana tem cenários perfeitos para um merecido “dolce far niente”. Além disso, o sol brilha o ano inteiro, muito rum rola solto em drinques coloridos, os charutos do país estão entre os melhores do mundo e os ritmos latinos “calientes” - merengue e bachata - embalam os passos da galera. Impossível resistir a tantos apelos.


DE COLOMBO A TRUJILLO 

A ilha recebeu de Cristóvão Colombo o nome de “Isla Hispañiola”, em 1492, quando ele aportou na região. Na época, ataques de piratas eram rotineiros e para se proteger, a Espanha decidiu ceder um terço do território para os franceses - área essa que atualmente pertence ao Haiti – um dos países mais pobres do mundo. No entanto muitas brigas ocorreram entre os dois vizinhos, até mesmo envolvendo outros países. Em meados do século XIX a República Dominicana se tornou independente da Espanha. Mas, passou por novos períodos de turbulência e caiu nas garras de Trujillo, ditador que comandou o país até ser assassinado em uma emboscada em Santo Domingo. Muitas dessas marcas históricas continuam impressas pelas ruas da capital, que é considerada Patrimônio da Humanidade, pela UNESCO por ter sido a primeira cidade da América fundado por espanhóis. Para quem gosta de literatura, o livro “A festa do bode”, do escritor Mário Vargas Llosa retrata com genialidade a tirania do ditador Trujillo, numa época em que o povo era alimentado por mentiras e controlado pela violência. Vale a pena, mesmo para quem não tenha a intenção de se aventurar por aquelas bandas (deliciosas).


SANTO DOMINGO


É a capital e maior cidade da República Dominicana. Mantém uma zona colonial, relativamente bem preservada, onde as primeiras construções do Novo Mundo foram moldadas em pedra: a igreja, o hospital e a universidade. Mas, o país é pobre e isso fica evidente o tempo todo. A iluminação é precária. As ruas são sujas e maltratadas. Pedintes abordam os turistas com frequencia. Apesar disso, o conjunto arquitetônico remanescente é um tesouro das Américas.

O Centro Colonial é o principal cartão-postal da cidade. Pode ser percorrido a pé, a partir da Plaza España que fica próxima ao porto. O ponto alto é o Alcazar de Colon.


O Alcazar de Don Diego Colón foi construído em 1510, por ordem de Diego Colombo, filho de Cristovão Colombo. O detalhe arquitetônico interessante é que não há pregos na edificação. Tudo foi planejado para ser encaixado perfeitamente.


Santo Domingo tem o privilégio de se debruçar sobre o Mar do Caribe, mas não há praias no centro da cidade. Boca Chica é a melhor praia de região e fica bem longe do centro. Uma enorme avenida de mais de oito quilômetros de extensão apelidada de "Malecón", cujo nome real é Avenida George Washington, corre paralela ao mar e abriga a maior parte dos hotéis, restaurantes e clubes da cidade. À noite, artistas locais expõe suas obras ao longo da avenida. A arte local é de um colorido maravilhoso.

Muitos artistas reproduzem cenas do cotidiano dominicano em cores forte e traços marcantes. O Mercado Modelo tem boas opções de arte popular (Calle Mella, Zona Colonial).


O QUE FAZER EM SANTO DOMINGO

• Conhecer o centro histórico
• Ir ao Museu do Mundo do Ambar e comprar uma peça feita com a resina fossilizada típica do país http://www.amberworldmuseum.com/
• Experimentar um charuto dominicano (dos melhores do mundo)
• Dar um mergulho em Boca Chica
• Visitar a caverna "Cuevas de los Tres Ojos" (Avenidas las Americas)
• Dançar bachata e merengue
• Caminhar pelo calçadão do Malecón à noite (pois de dia o sol castiga)

Santo Domingo é uma cidade interessante para no máximo dois dias. É quente, um pouco suja e não oferece muitas opções de restaurantes. Depois de conhecer o essencial, a escolha deve recair sobre um resort de praia para fechar a viagem com chave de ouro.

LA ROMANA

Partindo de Santo Domingo em direção a Punta Cana (que é quase sinônimo de República Dominicana) passa-se por La Romana, que talvez seja a área mais sofisticada do país. O lugar ficou conhecido no mundo todo pelo casamento de Lisa Marie Presley e Michael Jackson. Quem pretende passar uns dias nessa região pode optar pelo Hotel Casa de Campo (http://www.casadecampo.com.do/) e contar com praias deliciosas, bons restaurantes, uma marina enorme, delicatessen com produtos internacionais de excelente qualidade, aulas de dança e um campo de golfe gigantesco. Ao fazer o check-in no hotel o hóspede recebe não só a chave de um bangalô enorme que mais parece uma casa (mas já precisa modernizar a decoração), como também, a chave de um carrinho de golfe. Pois, a área do resort é tão grande que não tem como se locomover a pé.
  No Hotel Casa de Campo o carrinho de golfe é indispensável para a locomoção.
  A infra-estrutura do Casa de Campo é fantástica. Tem diversão para todas as idades.

Na região de La Romana, o mar do Caribe parece piscina - águas calmas, transparentes, de temperatura agradável e sem ondas.

Uma lancha pode ser alugada na marina do Casa de Campo para se conhecer a região. A ilha Saona é um dos destinos preferidos. 


ALTOS DE CHAVÓN

Esse vilarejo de traços europeus foi construído recentemente (em 1982) por um milionário excêntrico. Conta com um complexo formado por lojas, restaurantes, casas, igrejas, fontes e até um anfiteatro para 5 mil pessoas. Já na inauguração a badalação tomou conta do local e Frank Sinatra foi a estrela do evento. Nomes como Gloria Stefan, Shakira, Julio Iglesias e Carlos Santana também já passaram por lá. O Casa de Campo tem um ônibus que faz o trajeto até Altos de Chavón várias vezes ao dia.



O QUE FAZER EM PUNTA CANA

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. Aproveitar aquela marzão de cor azul-turqueza emoldurado por longas extensões de areias brancas e coqueirais

. Praticar esportes náuticos

. Mergulhar

. Fazer um passeio de barco até a ilha Saona

. Dançar muita salsa, merengue e bachata

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INDICAÇÃO DE HOTÉIS

La Romana:

• Hotel Casa de Campo. Telefone: 809-523-3333 E-mail: reserva@ccampo.com.do Site http://www.casadecampo.com.do/

A alta temporada vai de novembro à abril. Nesse período chove menos e o mar fica mais bonito, sem o risco dos furacões. Estive na ilha três vezes e numa delas fui em agosto. Levei um susto danado quando começou a ventar e o hotel deu um aviso para que todos se recolhessem aos quartos. Vi pela janela o cone do furacão passando ao longe. Péssima experiência. Não recomendo. Leve a sério esse aspecto. Não custa nada se programar.