TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER ANTES DE VIAJAR AO SULTANATO DE OMÃ
Mais discreto do que seus vizinhos, Omã é um país incrível e
hospitaleiro do Golfo Pérsico para quem quer entrar em contato com a cultura
árabe numa versão um pouco mais aberta, calcada na neutralidade, que preza pelas
tradições do islã, valoriza os costumes dos beduínos, se orgulha de ter no
comando, a tantos anos, o pacífico Sultão Qaboos; e para completar o quadro,
esbanja belezas naturais em terras desérticas e montanhosas.
A história de Omã é antiga e repleta de curvas. A região foi dominada pelo Império Persa por mais de mil anos por ter localização privilegiada, na extremidade sul da Península Arábica, entre a Ásia e a África. A notoriedade do porto de Mascate vem desde o século I. Ali era comercializado o incenso considerado mais puro do mundo. Tanto que a Rota do Incenso (próxima da fronteira com o Iêmen) é considerada como Patrimônio Mundial pela Unesco.
Wadi Shab.
A história de Omã é antiga e repleta de curvas. A região foi dominada pelo Império Persa por mais de mil anos por ter localização privilegiada, na extremidade sul da Península Arábica, entre a Ásia e a África. A notoriedade do porto de Mascate vem desde o século I. Ali era comercializado o incenso considerado mais puro do mundo. Tanto que a Rota do Incenso (próxima da fronteira com o Iêmen) é considerada como Patrimônio Mundial pela Unesco.
O Islã foi adotado mais tarde, no século VII, na mesma época em que o território se viu livre do Império Sassânida e um governo formado por omanitas fundou o Emirado do Omã. Assim viveu por muito tempo apesar do interesse dos europeus pela região. Sabem quem aportou por lá em 1507? Os portugueses. Não é curioso? Omã tem um passado que se encontra com o nosso. A chegada de Afonso Albuquerque em Mascate não foi nada amigável, aliás foi bem sangrenta. E eles mantiveram o controle da região por mais de um século. Como herança dessa época há muitos fortes e palácios espalhados pela cidade.
Fortes, herança portuguesa em Omã.
No ano de 1659 o povo omanita expulsou
os portugueses. A data marcou a independência do país e elevou o Sultanato de
Omã ao título de “mais antigo estado independente da região”. Em 1741, o Sultão
Bin Sultan al Busaid tirou os omanitas do controle e expandiu as fronteiras do
Sultanato de Omã, época em que viveu a Era de Ouro. Mas, a paz não reinou por muito
tempo. No século XVIII estourou uma guerra civil no país. As áreas conquistadas
foram perdidas. Houve interferência da Grã-Bretanha para auxiliar na
conciliação e na paz. Omã ficou sob proteção britânica até 1970 quando o atual
Sultão Qaboos protagonizou um Golpe de Estado sem sangue com o apoio britânico,
reconquistou a independência, e conseguiu o que parecia impossível, a paz. Não
preciso nem dizer que ele é adorado pelo povo e de 1990 para cá alavancou o
turismo no país. Atualmente, o líder está adoentado, com idade avançada e sua
fragilidade começa a preocupar as pessoas.
Omã faz fronteira com Arábia Saudita, Iêmen e Emirados Árabes. É um mundo de cultura bem diferente da nossa onde fui extremamente bem recebida por todos que cruzaram meu caminho. É aberto ao turismo e considerado liberal para um país árabe. As mulheres trabalham inclusive em cargos políticos e militares. No entanto, é uma sociedade de base muçulmana, dominada pela figura masculina, que não aceita os gays, bebidas alcoólicas não são liberadas habitualmente (apenas nos hotéis) e tem pouca vida noturna.
Os homens se vestem com uma longa túnica branca sem gola, de
mangas compridas, chamada de dishdasha e usam turbante na cabeça. As mulheres
já começam a trocar as antigas vestimentas coloridas que incluíam calças sirwal
e lenços na cabeça chamados de lihaf pelas tradicionais abayas e hijabs pretos.
As ocidentais que visitam o país não precisam cobrir o cabelo. Como respeito
pela cultura, é de bom tom usar roupas que não marquem o corpo, ter pernas e
ombros cobertos e ter um lenço disponível, caso vá a uma mesquita. Na Mesquita
Qaboos, em Mascate, tem uma lojinha com roupas para alugar, caso haja
necessidade. Saiba que o Ramadã é o principal evento do calendário religioso do
país.
O clima é árido, desértico. Os meses de temperatura mais
amena vão de dezembro a março. O auge do calor é de junho a setembro. Mas, o
país pode ser visitado durante qualquer época do ano. Aliás, Omã está na moda e
é um destino popular para viagens de fim de semana ou feriados entre os
vizinhos do Golfo Pérsico. Imagine que o grupo Shangri-La têm 3 grandes hotéis,
um ao lado do outro, e quando estive na cidade estavam praticamente lotados.
Vale lembrar que esse é o melhor local para se hospedar na cidade, mesmo sendo
um pouco distante da área central da capital Mascate. O hotel fica a 40 minutos
do aeroporto, tem padrão luxuoso, staff gentilíssimo, muitos restaurantes,
ótimo spa e praia privativa com área de proteção ambiental para desova de
tartarugas marinhas. Maravilhoso!
Brasileiros precisam ter passaporte válido por um período de
6 meses e visto para entrar em Omã. O visto é feito facilmente online no site www.omanvisas.org . Basta preencher o
formulário, pagar uma taxa online de 92 dólares para “single entry” ($52 pelo
visto e $40 de serviço), fazer o upload dos documentos solicitados e em uma
hora você recebe um e-mail com o visto pronto. No aeroporto de Mascate o
procedimento de entrada é gentil e rápido. Fui atendida por uma senhora muito
simpática. O aeroporto é novinho. Acabou de ser inaugurado. Está lindo.
Como todos têm carro, o sistema de transporte público não é
muito eficiente por não ser necessário. Somado a isso, o calor castiga o ano
todo, então o ideal é ter um carro à disposição para percorrer a cidade. Taxis
podem ser boa saída ou alugue um carro. Optamos por contratar o motorista de
taxi Salim Alhassni (contato +968 94476313), indicado pelo hotel. Ele trabalhou
muito tempo como salva-vidas do Shangri-La. Salim nos acompanhou com gentileza e
serviu como guia. Aliás essa foi a marca deixada pelas pessoas que cruzaram
nosso caminho. Todos foram amáveis e extremamente gentis. Pagamos por dia, o
valor de 35 OMR para circular pela cidade e 65 OMR para ir a Wadi Shab, a duas
horas e meia de Mascate. Saiba que negociar preço é um hábito em Omã. Negocie!
E mesmo assim, o país é caro.
Alugar carro pode ser complicado, pois mesmo que o país seja
bem desenvolvido, sem trânsito e seguro, quase não há placas de sinalização. Amigos
que alugaram carro relataram dificuldade com GPS e Google Maps. Omã tem 309.500
quilômetros quadrados, ou seja, é menor do que o estado de Goiás.
Saiba que a comunicação é fácil. O idioma oficial é o árabe,
mas o inglês é falado por todos na capital. O país é rico e as pessoas tem bom
padrão de educação.
Rial OMR é a moeda oficial. O nome até parece com o da moeda
brasileira. 1 OMR = 2,6 USD (cotação de abril/2018). No entanto vale bem mais.
Afinal o petróleo dita as regras.
PATRIMÔNIOS MUNDIAIS DA UNESCO EM OMÃ
Forte de Bahla
Sítios arqueológicos de Bat, Al-Khutm e Al-Ayn
Rota do Incenso
Sistemas de irrigação Aflaj
ENFIM
Omã foi uma bela surpresa em todos os sentidos. O país tem
muita beleza natural, pessoas amáveis, hotéis excelentes, uma cultura árabe
mais aberta do que na maioria dos país vizinhos e uma bela culinária. Fiquei 3
dias em Mascate e levo boas lembranças comigo. Um país a ser visitado!
Aguarde os próximos posts sobre a capital Mascate, sobre minha impressão do hotel Shangri-La Barr Al Jissah e sobre o espetacular Wadi Shab.
oi Claudia
ResponderExcluirsó voce mesmo para nos levar ao Omã
obrigado
abraços
VS
VS,
ExcluirOmã me surpreendeu. Um país incrível.
Abs
Claudia
Natalie,
ResponderExcluirObrigada.
Claudia, tudo bem? Parabéns pelo post.
ResponderExcluirOuvi dizer que Omã nos dá o visto na chegada ao aeroporto, aquele "visa on arrival". Procede essa informação?