A VIDA DUPLA DE SAINT-MARTIN / SINT MAARTEN
Metade Holanda e metade França. Se
por um lado Sint Maarten é festeira e animada como os holandeses, por outro Saint-Martin é um pouco mais sossegada e dona de uma gastronomia de alma francesa. Essa
ilha caribenha de apenas 87 quilômetros quadrados tem um caso declarado de
dupla personalidade. É que cada parte ficou com uma nacionalidade diferente e têm
traços visivelmente distintos.
Maho Beach.
Infelizmente, o furacão Irma, de categoria 5, devastou 95% das
estruturas do lado francês, 75% do lado holandês. Os estragos foram horrendos
na ilha. Dez mortes foram registradas. Barcos quebrados, árvores arrancadas,
casas destelhadas e o aeroporto agora está operando de modo improvisado, com
tendas montadas do lado de fora para abrigar os passageiros antes do check in.
Por isso, nesse momento a ilha está muito fragilizada. Povo guerreiro que
merece nosso respeito! Que a vida volte logo ao normal. Desejo boa recuperação!
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Mapa de Saint-Martin/Sint Maarten.
Reza a lenda que para delimitar o território, um holandês
acompanhado de um copo de rum e um francês munido de uma garrafa de vinho resolveram
sair andando cada um para um lado da ilha e no ponto onde se encontrassem
demarcariam o limite de cada país. Mas parece que alguma coisa saiu fora do
combinado, pois os holandeses ficaram com 34 quilômetros quadrados de
território e os franceses uma parte mais extensa, de 53. A versão francesa conta
que o rum era tão forte que fez o holandês dormir no caminho e por isso a maior
parte coube aos franceses. Já a versão holandesa diz que o francês deu uma de
esperto e correu em vez de caminhar. Em quem acreditar?
Pelo sim, pelo não, resta a certeza de que as praias são o
forte da ilha. Mais de trinta. Mas uma delas, Maho Beach, do lado holandês, é famosa
no mundo inteiro. Não por ser a mais bonita. Mas por protagonizar manobras
eletrizantes de pouso no Aeroporto Internacional Princess Juliana. Imagino que
você já tenha visto alguma foto de um avião imenso pousando pertinho da praia
lotada de gente. Todos os dias a galera se concentra ali para tentar um clic
perfeito.
A ilha tem fama de ser uma das mais populares do Caribe. Tem
preços convidativos e atrai uma legião de festeiros. No entanto, tem o estigma de
não ser um dos destinos mais seguros do Caribe nem dos mais sofisticados. Sua
arquitetura é marcada por prédios coloniais baixos coloridos, bem ao estilo
caribenho e o trânsito costuma ser intenso.
Senti isso na pele ao chegar na ilha que fiz apenas de
“hub”, o jargão usado na aviação para falar sobre um ponto que é um centro de
distribuição de voos. No caso, para chegar a Anguilla e St. Barth precisei
passar por Saint-Martin e Sint Maarten pois não havia voos diretos. Cheguei no
aeroporto do lado holandês e saí de barco pelo lado francês.
No pouco tempo que permaneci na ilha, duas tardes, percebi
com nitidez a mistura da gastronomia (francesa, caribenha, holandesa), das
moedas (a oficial é o euro, mas muitas lojas e restaurantes utilizam
habitualmente o dólar) e de idiomas (o oficial é o francês, mas é fácil comunicar-se
em inglês e em espanhol.
Para ir de um lado para outro não há nenhuma restrição ou
controle militar. A ilha é democrática.
Aproveitei o tempo livre para almoçar no Vesna Tavern, um
restaurante francês com influência grega, de ambiente simples e comida
maravilhosa.
Um dos melhores hotéis da ilha é o Belmond La Samanna, onde
fica o badalado restaurante Trellis. No momento ele passa por obras para se
recuperar dos estragos sofridos em setembro de 2017, assim como o Le Temps de
Cerises e o Le Shambala, em Grand-Case.
Os estragos causados pelo furacão Irma ainda podem ser vistos pela ilha.
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