SANTIAGO DO CHILE
Era 1990. Em plena ditadura. Ano em que Pinochet deixava o comando do país. Vi uma cidade atormentada. Insegura. Sofrida. Tensa. Mal tratada. Um povo oprimido. Guardas ostensivamente armados pelas esquinas. Andar pelas ruas era perigoso. À noite, nem pensar. Foi assim que conheci Santiago do Chile há exatos 24 anos. Nem é tanto tempo assim. Mas, as mudanças são gigantescas. O Chile agora é outro país. Forte. Moderno. Estável. Convidativo. Acolhedor.
Os economistas dizem que seu crescimento é superior à inflação. Que o nível de desemprego é muito baixo. Que a exportação de cobre é um ponto forte. E, que o país se beneficia por ser aberto ao comércio internacional, especialmente com a Ásia. Até aí tudo perfeito. Dá para ver que a economia vai de vento em popa.
Que a cidade é moderna e que o país se recuperou da fase negra da ditadura já deu para perceber. No entanto, estive no país duas vezes nos últimos quatro meses, e nas duas vezes fui brindada por tremores de terra. Uma experiência um tanto assustadora para quem vive num país praticamente livre dos intempérios da mãe natureza. Claro que fiquei tensa, apesar de já ter experimentado tremores diários "discretos" na Costa Rica.
Da primeira vez, eu nem imaginava que isso pudesse acontecer. Fui surpreendida pelo azedume das entranhas da terra no meio do jantar. O restaurante Peumayen - onde eu estava no momento do incidente - fica em uma casa de dois andares, no bairro boêmio de Bellavista. De repente as garrafas, os copos, as mesas, as cortinas e os lustres começaram a balançar. Foi rápido e ninguém pareceu valorizar muito o acontecimento. Relaxei. Isso foi em outubro de 2013.
Já, da segunda vez, em março de 2014, eu estava dormindo. Meu quarto ficava no décimo oitavo andar do hotel. Acordei a 1:30 com o quarto todo balançando. Uma sensação horrível. Até alarme tocou. Fiquei bem assustada. Pois, ainda tinha todo o resto da noite e fiquei com receio de dormir novamente e a terra voltar a se manifestar. Na manhã seguinte, todos comentavam que o tremor tinha sido relativamente pequeno (4.8) e que vinha do Pacífico. Porém, havia previsão de tremores mais intensos. Dois dias depois fui novamente despertada pelos caprichos da natureza. Dessa vez, às 7:30, com um tremor bem mais intenso e demorado. O quarto sacudia muito. Cabides balançavam no armário. O prédio todo se movimentava. Foi muito tenso. Resolvi aproveitar o momento e descer para o café da manhã. O que ouvi foi que o tremor tinha sido de 5.3 graus na Escala Richter e, que vinha da costa. A partir daí, todas as minhas noites foram levemente tensas, claro. Fiquei mais uma semana em Santiago esperando outro tremor, mas felizmente o dragão sossegou. Eu já nem ligava mais a televisão para não ouvir as reportagens que orientavam sobre o que fazer em caso de terremoto como posicionamento no interior das casas, estoque de alimentos e estratégias de evacuação. Nada agradável. Uma experiência bem marcante.
Isso me fez lembrar do terremoto devastador que atingiu a região em 2010. Mas, a gente nunca imagina que algo possa acontecer conosco. Por sorte foi só susto!
Os economistas dizem que seu crescimento é superior à inflação. Que o nível de desemprego é muito baixo. Que a exportação de cobre é um ponto forte. E, que o país se beneficia por ser aberto ao comércio internacional, especialmente com a Ásia. Até aí tudo perfeito. Dá para ver que a economia vai de vento em popa.
Skyline de Santiago.
Que a cidade é moderna e que o país se recuperou da fase negra da ditadura já deu para perceber. No entanto, estive no país duas vezes nos últimos quatro meses, e nas duas vezes fui brindada por tremores de terra. Uma experiência um tanto assustadora para quem vive num país praticamente livre dos intempérios da mãe natureza. Claro que fiquei tensa, apesar de já ter experimentado tremores diários "discretos" na Costa Rica.
Da primeira vez, eu nem imaginava que isso pudesse acontecer. Fui surpreendida pelo azedume das entranhas da terra no meio do jantar. O restaurante Peumayen - onde eu estava no momento do incidente - fica em uma casa de dois andares, no bairro boêmio de Bellavista. De repente as garrafas, os copos, as mesas, as cortinas e os lustres começaram a balançar. Foi rápido e ninguém pareceu valorizar muito o acontecimento. Relaxei. Isso foi em outubro de 2013.
Já, da segunda vez, em março de 2014, eu estava dormindo. Meu quarto ficava no décimo oitavo andar do hotel. Acordei a 1:30 com o quarto todo balançando. Uma sensação horrível. Até alarme tocou. Fiquei bem assustada. Pois, ainda tinha todo o resto da noite e fiquei com receio de dormir novamente e a terra voltar a se manifestar. Na manhã seguinte, todos comentavam que o tremor tinha sido relativamente pequeno (4.8) e que vinha do Pacífico. Porém, havia previsão de tremores mais intensos. Dois dias depois fui novamente despertada pelos caprichos da natureza. Dessa vez, às 7:30, com um tremor bem mais intenso e demorado. O quarto sacudia muito. Cabides balançavam no armário. O prédio todo se movimentava. Foi muito tenso. Resolvi aproveitar o momento e descer para o café da manhã. O que ouvi foi que o tremor tinha sido de 5.3 graus na Escala Richter e, que vinha da costa. A partir daí, todas as minhas noites foram levemente tensas, claro. Fiquei mais uma semana em Santiago esperando outro tremor, mas felizmente o dragão sossegou. Eu já nem ligava mais a televisão para não ouvir as reportagens que orientavam sobre o que fazer em caso de terremoto como posicionamento no interior das casas, estoque de alimentos e estratégias de evacuação. Nada agradável. Uma experiência bem marcante.
Que tal trabalhar num prédio alto como esses sabendo dos riscos?
Fora a apreensão da terra voltar a tremer, retornar à Santiago depois de 24 anos foi uma bela surpresa. Na minha lembrança a cidade era insegura, suja e feia. Tanto que nunca tive interesse em voltar. E então, a vida me levou novamente à Santiago e mudou radicalmente minha visão.
A cidade outrora pequena, cresceu e se espalhou. Nasceram bairros elegantes. Uma infinidade de bons restaurantes. Hotéis charmosos. Muito verde. E, um skyline de tirar o chapéu. Como podem ser tão ousados e construir prédios imensos num solo que insiste em tremer?
O belo entardecer em Santiago do Chile.
É fácil entender porque o turismo na capital chilena vem crescendo tanto ultimamente. A cidade se estende ao longo do rio Mapocho com um belo projeto urbanístico. A economia é tocada com responsabilidade. E os sinais da modernidade são evidentes por todos os lados. Para explorar a cidade dá para sair caminhando pelas largas avenidas e parques ou dá para usar o metrô que cobre boa parte da cidade. Como o trânsito costuma ser bem pesado, mesmo que os taxis tenham preço razoável, é bom evitar os carros nos horários de rush. O metrô é limpo, seguro e até dá acesso a algumas vinícolas próximas de Santiago como a Concha y Toro e a Santa Carolina.
Como pano de fundo a cordilheira dos Andes, com seus picos nevados, se ergue imponente no horizonte de Santiago.
O modo como a cidade foi se organizando é uma verdadeira linha do tempo. Dá para perceber sua evolução. Centro, Lastarria e Bellavista são as regiões mais antigas, com ruas estreitas. Depois vem Providencia, um bairro bastante residencial mas também comercial que serve como passagem e nasceu nos anos 60. Logo acima vem a moderna Santiago representada pelos bairros de Vitacura e Las Condes. É aí que fica aquele skyline repleto de prédios imensos e modernos, hotéis excelentes, shoppings e uma infinidade de bons restaurantes. A elite chilena se concentra nessa parte da cidade.
FLANANDO PELA CIDADE
A parte mais antiga de Santiago é o Centro com alguns prédios históricos como o Palácio de la Moneda (atual Palácio Presidencial) a Catedral Metropolitana, o Mercado Central e outros. O Museu Chileno de Arte Pré-Colombiana também fica no Centro e merece uma visita. Essa parte da cidade é mais velha e mais perigosa. Os próprios chilenos advertem aos turistas para tomarem cuidado com as bolsas e equipamentos fotográficos. No entanto, andei muito por lá sozinha, com minha câmera em punho e não tive nenhum sobressalto.
A seguir, andando umas seis quadras acima do Centro vem o bairro de Lastarria com seus cafés, bares, restaurantes, ateliers, galerias de arte, lojas de design, museus e universidades. É um lugar descolado. Tido como o recanto mais cool de Santiago.
Vá até a rua Monjitas e tome um café no The Clinic que fica bem pertinho e surpreende com sua veia política latente. Ambiente sinistro, sarcástico e culturalmente interessante.
Aproveite também para ir ao Museu de Belas Artes, o mais importante da cidade e ao Museu de Artes Visuais.
Ainda em Lastarria indico o inusitado Bocanariz para um jantar regado a muitas taças de vinho. O restaurante tem um jeitão descontráido e ambiente animado. Serve vinhos por copos e a seleção é interminável. Difícil de escolher! Fica na rua José Victorino que tem vários cafés e restaurantes legais um ao lado do outro.
E, mais uma dica em Lastarria. Se quiser experimentar um cachorro quente chileno vá até a Salchicheria Hogs.
Como dá para perceber Lastarria é um bairro universitário, artístico e bem democrático. É cheio de lugares interessantes para se comer, tomar um bom vinho ou simplesmente um café.
Na outra margem do rio Mapocho, na altura de Lastarria fica o bairro boêmio de Bellavista. A movimentada Calle Pio Nono é a principal rua da região, que é repleta de bares e restaurantes. No entanto, as ruas ao redor dela são mais tranquilas e têm restaurantes charmosos como o Peumayen com sua cozinha ancestral chilena e o turístico Como Água para Chocolate que serve um "congrio gratinado com creme espinafre" que fica gravado na memória para sempre.
Acima de Bellavista está o Cerro San Cristobal com a santa protetora da cidade, Virgem Maria. A subida pode ser feita de teleférico e o visual lá de cima é lindo, especialmente durante o por do sol.
Para os fãs de Pablo Neruda não pode faltar uma visita à casa onde ele morou em Santiago - La Chascona. Era lá que ele se encontrava clandestinamente com sua amante Matilde. Hoje a casa foi transformada em um museu que abriga várias coleções desse grande poeta e político chileno.
Essa foi uma de suas três casas no Chile. As outras ficam em Isla Negra e Valparaíso.
E, no meio do caminho, conectando a antiga Santiago com a nova Santiago, fica o bairro Providência. O bairro é residencial e também comercial. Os maiores atrativos dessa região são os bares e restaurantes. O Bar Liguria é um clássico que não pode faltar. A indicação foi feita pelo Claude Troisgros que tinha estado na cidade uns dias antes e adorou o clima descontraído tipo "Bar Lagoa" (os cariocas vão entender do que estou falando). Outro restaurante que indico é o Aqui está Coco. Fantástico para quem gosta de frutos do mar. Também em Providência fica o peruano badalado Astrid y Gastón. Mas, confesso que não gostei. O restaurante é velho com um astral decadente e a comida não é igual a do restaurante de Lima, que é ótimo. A cidade tem tantos bons restaurantes. Então, opte pelos melhores.
Acima de Providência vem a parte mais nova da cidade. Nada disso existia quando visitei Santiago há alguns anos. Levei um susto com a modernidade dos bairros Vitacura e Las Condes. Essa é a região nobre da cidade atualmente. Abriga os melhores hotéis (Noi, W, Hyatt, Radisson), grandes shoppings (Costanera Center, Alto Las Condes, Parque Arauco), bons restaurantes (especialmente nas ruas Isidora Goyenechea e Nueva Costanera) e muitas grifes de luxo acomodadas em casarões de dois pavimentos ao longo da Alonso de Córdoba.
Em Vitacura gostei muito do restaurante La Mar com seus excelentes ceviches. Também indico o Boragó para os aventureiros que queiram experimentar a cozinha chilena contemporânea. Para os naturebas, boa opção de almoço é no Quinoa. O restaurante é pequeno, vive lotado e todos os pratos são feitos com quinoa. Além desses também indico o contemporâneo Puerto Fuy, o italiano Da Carla, o aconchegante Osadia, e o descontraído Coquinaria. Isso é só para dar uma ideia da quantidade de bons restaurantes que há nessa região.
Como dá para perceber o ponto alto da cidade são os restaurantes e suas belas cartas de vinho chileno.
Se estiver com tempo visite o inusitado Museo da Moda e dê uma caminhada pelo Parque Bicentenário, que é o mais novo e ainda nem está totalmente pronto, ou num dos tantos outros da cidade. A cidade é muito verde. É interessante observar a quantidade de pessoas que praticam atividade física nos parques. Uns correm, outros andam de bicicleta, outros jogam bola. E, aqueles que estão num clima mais contemplativo e apaixonado namoram na grama. E como namoram. Em alguns momentos é preciso evitar de olhar para os casais para não constranger os pombinhos eufóricos.
Programe um dia para almoçar no restaurante Mestizo, no Parque Bicentenário. O restaurante é muito bom e a localização não poderia ser melhor.
Outro que indico sem medo é o Como Água para Chocolate. Embora seja bastante turístico, o restaurante é descontraído, colorido, sempre animado e delicioso, no bairro boêmio de Bellavista. Sempre lembro com água na boca do Congrio gratinado com creme de espinafre, coberto com uma farofinha de amêndoas. Para quem gosta de sobremesa, eles servem a tal torta Tres Leches que é deliciosa, mas gigante e não tão molhadinha como a da Galleteria Laura R. que citei acima. Uma torta dá para 4 pessoas. Fica na Constituición, 88. Telefone: 56 2 7778740.
Uma visita rápida à Concha y Toro, de metrô.
Como pano de fundo a cordilheira dos Andes, com seus picos nevados, se ergue imponente no horizonte de Santiago.
O modo como a cidade foi se organizando é uma verdadeira linha do tempo. Dá para perceber sua evolução. Centro, Lastarria e Bellavista são as regiões mais antigas, com ruas estreitas. Depois vem Providencia, um bairro bastante residencial mas também comercial que serve como passagem e nasceu nos anos 60. Logo acima vem a moderna Santiago representada pelos bairros de Vitacura e Las Condes. É aí que fica aquele skyline repleto de prédios imensos e modernos, hotéis excelentes, shoppings e uma infinidade de bons restaurantes. A elite chilena se concentra nessa parte da cidade.
Um dos tantos cantinhos charmosos da nova Santiago. Terraço do hotel Noi, em Vitacura.
FLANANDO PELA CIDADE
A parte mais antiga de Santiago é o Centro com alguns prédios históricos como o Palácio de la Moneda (atual Palácio Presidencial) a Catedral Metropolitana, o Mercado Central e outros. O Museu Chileno de Arte Pré-Colombiana também fica no Centro e merece uma visita. Essa parte da cidade é mais velha e mais perigosa. Os próprios chilenos advertem aos turistas para tomarem cuidado com as bolsas e equipamentos fotográficos. No entanto, andei muito por lá sozinha, com minha câmera em punho e não tive nenhum sobressalto.
Palacio de la Moneda em festa. Casualmente, era o dia da troca presidencial.
Catedral Metroplolitana, na Plaza de Armas.
Barracas de peixe do Mercado Central.
A seguir, andando umas seis quadras acima do Centro vem o bairro de Lastarria com seus cafés, bares, restaurantes, ateliers, galerias de arte, lojas de design, museus e universidades. É um lugar descolado. Tido como o recanto mais cool de Santiago.
Vá até a rua Monjitas e tome um café no The Clinic que fica bem pertinho e surpreende com sua veia política latente. Ambiente sinistro, sarcástico e culturalmente interessante.
The Clinic. Um lugar que não pode faltar numa caminhada por Lastarria.
Museu de Belas Artes.
Ainda em Lastarria indico o inusitado Bocanariz para um jantar regado a muitas taças de vinho. O restaurante tem um jeitão descontráido e ambiente animado. Serve vinhos por copos e a seleção é interminável. Difícil de escolher! Fica na rua José Victorino que tem vários cafés e restaurantes legais um ao lado do outro.
E, mais uma dica em Lastarria. Se quiser experimentar um cachorro quente chileno vá até a Salchicheria Hogs.
Como dá para perceber Lastarria é um bairro universitário, artístico e bem democrático. É cheio de lugares interessantes para se comer, tomar um bom vinho ou simplesmente um café.
Caminhando pelas ruas de Lastarria.
Na outra margem do rio Mapocho, na altura de Lastarria fica o bairro boêmio de Bellavista. A movimentada Calle Pio Nono é a principal rua da região, que é repleta de bares e restaurantes. No entanto, as ruas ao redor dela são mais tranquilas e têm restaurantes charmosos como o Peumayen com sua cozinha ancestral chilena e o turístico Como Água para Chocolate que serve um "congrio gratinado com creme espinafre" que fica gravado na memória para sempre.
Os bares de Bellavista são sempre movimentados.
Acima de Bellavista está o Cerro San Cristobal com a santa protetora da cidade, Virgem Maria. A subida pode ser feita de teleférico e o visual lá de cima é lindo, especialmente durante o por do sol.
Estátua da Virgem Maria no alto do Cerro San Cristóbal.
E esse é o tal do Rico Mote. Um doce feito com pêssego em calda e uma espécie de canjica. É doce que é danado e bem popular naquelas bandas.
E, quando o dia começa a cair a cidade ganha cores lindas lá embaixo.
Para os fãs de Pablo Neruda não pode faltar uma visita à casa onde ele morou em Santiago - La Chascona. Era lá que ele se encontrava clandestinamente com sua amante Matilde. Hoje a casa foi transformada em um museu que abriga várias coleções desse grande poeta e político chileno.
Essa foi uma de suas três casas no Chile. As outras ficam em Isla Negra e Valparaíso.
La Chascona, casa de Pablo Neruda em Santiago.
Sala de jantar da La Chascona.
Aqui está Coco. Sempre cheio.
Shopping Costanera Center.
Em Vitacura gostei muito do restaurante La Mar com seus excelentes ceviches. Também indico o Boragó para os aventureiros que queiram experimentar a cozinha chilena contemporânea. Para os naturebas, boa opção de almoço é no Quinoa. O restaurante é pequeno, vive lotado e todos os pratos são feitos com quinoa. Além desses também indico o contemporâneo Puerto Fuy, o italiano Da Carla, o aconchegante Osadia, e o descontraído Coquinaria. Isso é só para dar uma ideia da quantidade de bons restaurantes que há nessa região.
Como dá para perceber o ponto alto da cidade são os restaurantes e suas belas cartas de vinho chileno.
Se estiver com tempo visite o inusitado Museo da Moda e dê uma caminhada pelo Parque Bicentenário, que é o mais novo e ainda nem está totalmente pronto, ou num dos tantos outros da cidade. A cidade é muito verde. É interessante observar a quantidade de pessoas que praticam atividade física nos parques. Uns correm, outros andam de bicicleta, outros jogam bola. E, aqueles que estão num clima mais contemplativo e apaixonado namoram na grama. E como namoram. Em alguns momentos é preciso evitar de olhar para os casais para não constranger os pombinhos eufóricos.
Programe um dia para almoçar no restaurante Mestizo, no Parque Bicentenário. O restaurante é muito bom e a localização não poderia ser melhor.
Museo da Moda.
Observe a quantidade de casais namorando nos bancos e na grama do parque.
Essa é uma marca registrada de Santiago.
Parque Bicentenário, um playground chileno.
Restaurante Mestizo, um oásis no Parque Bicentenário.
Flamingos no Parque Bicentenário.
DICA DELICIOSA PARA QUEM AMA DOCES
Se você é uma formiga assumida não deixe de comprar um Pastel Tres Leches na Galleteria Laura R. É a melhor torta Tres Leches do mundo. O problema é que só vendem uma torta enorme para 10 pessoas. Mas, leve para casa (ou para o hotel) e se deleite porque é dos deuses. Avenida Vitacura 3414. Telefone: 78254790
Pastel Tres Leches. Imperdível!
UM RESUMÃO DOS RESTAURANTES QUE EXPERIMENTEI
Sem a menor
sombra de dúvida Santiago do Chile me conquistou pelo estômago. Apesar de ser
uma cidade moderna, com um skyline imponente, museus interessantes e uma história recente bem densa, o que me vem à cabeça quando penso nas minhas duas últimas idas à Santiago são os
restaurantes e os vinhos. Como experimentei vários restaurantes vou fazer uma lista de indicação para todos os paladares.
Para a
galera natureba sugiro um almoço no Quinoa. Todos os pratos são a base de
quinoa. Deliciosos. O ambiente acompanha o espírito da comida. Leve e com um
jardim interno simpatico. Luis Pasteur 5393, Vitacura. Telefone: + 56 2
29540283.
Outro que indico sem medo é o Como Água para Chocolate. Embora seja bastante turístico, o restaurante é descontraído, colorido, sempre animado e delicioso, no bairro boêmio de Bellavista. Sempre lembro com água na boca do Congrio gratinado com creme de espinafre, coberto com uma farofinha de amêndoas. Para quem gosta de sobremesa, eles servem a tal torta Tres Leches que é deliciosa, mas gigante e não tão molhadinha como a da Galleteria Laura R. que citei acima. Uma torta dá para 4 pessoas. Fica na Constituición, 88. Telefone: 56 2 7778740.
Já o Peumayen é um restaurante bastante interessante, mas certamente não se adapta a todos os perfis. Tem um menu degustação de comida chilena
ancestral. Vale a experiência. E, vou contar que a minha experiência foi muito
especial, com direito a tremor de terra e de todo o restaurante. Inesquecível
em todos os sentidos. Constituición, 136. Bairro Bellavista. Fica praticamente
ao lado do Como Água para Chocolate. Reservas pelo telefone: +56 2 2247 3060.
Boragó.
Praticamente na linha do Peumayen, no entanto com um toque contemporâneo. Foi uma
indicação do Claude Troisgros que disse: “se preparem psicologicamente para uma
super experiência gastronômica”. Peça o Menu degustacion. Vale experimentar.
Nueva Costanera, 3467. Vitacura. Telefone: 56 2 2953 8893
Praticamente
ao lado do Boragó tem outros dois simpáticos e mais básicos que não quiser
muito extravagânica. O italiano Da Carla (Nueva Costanera 3673, telefone 56 2
2206 0892) e o Osadia com uma varanda aberta deliciosa para almoço ou um café
(Nueva Costanera 3677, telefone: 56 2 2206 7553).
Na elegante
avenida Alonso de Córdoba 2417 fica o Europeo. Ouvi que era um dos melhores da
cidade. Mas, não saí de lá muito feliz. Nem triste. Simplesmente, nada de
especial. Talvez mereça uma segunda chance. No entanto, a cidade tem tantos
bons restaurantes que nem me interessei por voltar. Essa foi minha impressão.
Telefone 56 2 2083603.
Aqui está
Coco. É um restaurante de nome engraçado, mas super simpático. Ótimo para quem quer comer frutos do
mar. Não dá para esquecer de pedir algum prato com a famosa “centolla”, um
caranguejo enorme e muito saboroso. La Concepción 236, Providência. Telefone:
56 2 410 6200. www.aquiestacoco.cl
La Mar.
Esse restaurante é uma das casas de Gaston Acurio, chef peruano badalado. No
entanto, ouvi dizer que não é mais de Acurio. Fica a dúvida. O cardápio é o mesmo do restaurante de Lima. Tudo é bom e fresquíssimo. Também tem um La Mar
em São Paulo que não é tão bom como o peruano e o chileno. Nueva Costanera 4076. Vitacura. Telefone: 56 22067839
Osaka.
Restaurante oriental muito bom que fica dentro do hotel W. Excelente. Vale a
experiência.
Coquinaria.
Uma misutra de delicatessen com restaurante. Simpático para o almoço. Tem dois
endereços, um deles embaixo do hotel W e outro na Alonso de Córdoba. Adorei a
Tabla Chilena. Dica: o café é ruim. Então, saia do restaurante, suba as escadas
(se estiver no da rua Isidora Goyenechea) e entre no Café Juan Valdez.
Bar
Liguria. Essa foi outra indicação do Claude Troisgros. Parece muito com o Bar
Lagoa, no Rio. As indicações dele foram o polvo e carne de panela. Tem 3
endereços. Gostei da casa que fica na Providencia.
Para um almoço com visual incrível, no meio de muito verde indico o restaurante Mestizo. Delicioso e no meio do Parque Bicentenário. Vale experimentar.
Em Lastarria não dá para esquecer o Opera com a deliciosa "gallina trufada com risotto de chardonay". Telefone para reservas: 56 6643048. Ainda em Lastarria, para degustar bons vinhos tem que ir no Vinobar Bocanariz, com uma infinidade de vinhos vendidos por taça. Rua Jose Victorino 276. Telefone: 56 26389893.
Ao sair do Opera ande alguns passos até a rua Monjitas e tome um café no politicamente surpreendente bar The Clinic que fica bem pertinho.
Para um almoço com visual incrível, no meio de muito verde indico o restaurante Mestizo. Delicioso e no meio do Parque Bicentenário. Vale experimentar.
Em Lastarria não dá para esquecer o Opera com a deliciosa "gallina trufada com risotto de chardonay". Telefone para reservas: 56 6643048. Ainda em Lastarria, para degustar bons vinhos tem que ir no Vinobar Bocanariz, com uma infinidade de vinhos vendidos por taça. Rua Jose Victorino 276. Telefone: 56 26389893.
Ao sair do Opera ande alguns passos até a rua Monjitas e tome um café no politicamente surpreendente bar The Clinic que fica bem pertinho.
INDICAÇÃO DE MOTORISTAS
Héctor
Naveas Alarcón. E-mail: hectornaveas@hotmail.com Telefone: +56 9 9221 8444. Ele é
motorista do Hotel Sheraton, muito simpatico e faz tour privado para Santiago e
arredores.
James
Christie D., da Sintatur. Telefone: 56 9 851 18847. E-mail:
james.christie.d@hotmail.com
É fácil encontrar um táxi em Santiago, mas há quem prefira contratar um motorista.
BONS HOTÉIS
NOI. Hotel charmoso, tranquilo, bem localizado, com excelente serviço.
RADISSON. Em frente ao shopping Costanera Center. Boa localização. Quartos amplos e serviço atencioso.
HYATT. Um dos melhores da cidade e na parte mais nobre da cidade.
W. É um hotel mais agitado e badalado. É perfeito para quem quer movimento. Bem localizado. Tem excelentes restaurantes.
Bar do Hotel W.
Santiago é a base perfeita para quem quer aproveitar as tantas possibilidade que o país oferece. Ao norte, com um voo de uma hora e meia se chega ao fascinante Deserto do Atacama. Se não quiser ir longe, Valparaíso e Viña del Mar ficam a apenas 100 quilômetros da capital. As vinícolas se espalham pelos arredores de Santiago num raio de 200 quilômetros. As montanhas dos Andes emolduram a cidade e convidam quem quer esquiar. Ao sul, está a gelada Patagônia Chilena. Permanecer em Santiago por 2 ou 3 dias é perfeito para dali continuar rumo ao destino final. Precisei ficar muitos dias na cidade. Então, circulei por todos os cantos e posso afirmar que fui fisgada pelo estômago. Não deixe de programar bons restaurantes quando visitar Santiago do Chile.
Oi Claudia,
ResponderExcluirNão conheci a Santiago dos anos 90, mas sim esta recente, bela, limpa, segura.
Estive duas vezes por lá, sempre na volta do Tahiti.
Uma vez fiquei no InterContinental, que vale muito para quem tem o cartão Ambassador, pois toda noite há uma variedade de queijos, doces e bebidas de todo o tipo ofertada aos clientes/fidelidade. Em outra, fiquei no W e achei super moderno. Os dois são bem próximos e em uma região que adoro.
Concordo contigo sobre o Osaka e o Liguria. Mas sobre o Astrid Y Gaston tive outra impressão. Embora o lugar seja meio quatrocentão, a comida foi uma das melhores da minha vida (pedi o menu degustação. Espero conhecer o de Lima e dai poderei te dizer algo.
Também acho uma provocação esses prédios altíssimos em um lugar cheio de tremeliques... hehehe.
Estou ansiosa escolhendo alguns destinos de viagem para esse ano mas, acho que, antes de tudo, vou dar outra passadinha no Tahiti. Vamos ver!
Beijos,
Andressa
Oi, Cláudia. Tudo bem? :)
ResponderExcluirEsse seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Natalie - Boia
Parabéns Claudia!!!
ResponderExcluirÓtima matéria, completíssima, deu uma vontade louca de voltar a Santiago.
Um abraço
Rejane
Andressa,
ResponderExcluirA cidade mudou muito. Quando saí do hotel não reconheci o que havia visto na minha primeira ida à Santiago. Inacreditável.
Os hotéis são excelentes atualmente. Fiquei em hotéis excelentes. As pessoas são atenciosas. O InterContinental é uma graça com aquele verde todo por fora e a pirâmide. Esqueci de citar no post.
Nossa experiência com o Astrid y Gaston foi muito diferente. Talvez eu deva dar uma segunda chance.
E vc vai mais uma vez para o paraíso? Que maravilha. Preciso pensar em voltar. Mas, minha agenda de viagens esse ano já está abarrotada. Uma loucura! (que adoro).
Beijos
Oi Natalie,
ResponderExcluirObrigada. Sempre uma honra.
Rejane,
ResponderExcluirSe despertei essa vontade, então acertei no tom do texto. rs.
Obrigada.
Bj
Cláudia,, lendo teu ótimo texto , como sempre, fiquei com vontade de voltar a Santiago, que visitei há mais de 30 anos .Fotos lindas !
ResponderExcluirBj
MT
MT,
ResponderExcluirVocê esteve mais ou menos na mesma época em que estive em Santiago pela primeira vez. Fase ruim do país.
Vale a pena retornar. Mas, esteja preparada para o susto. Você não vai acreditar na mudança.
Bjs
Show de bola o post.
ResponderExcluirSantiago já era incrível no passado e agora com a onda de cervejas artesanais que invadiu o Chile a cidade ficou ainda mais interessante. São opções para todos os gostos.
Parabéns.
Abraços.
Cláudia, você criou um problema! O post está tão completo e ótimo de ler, que agora preciso correr para conhecer Santiago! Abraços e parabéns!!!
ResponderExcluirJohnnie,
ResponderExcluirSobre cervejas vou ficar devendo. Não bebo cerveja e não entendo do assunto. Mas, a cidade está muito moderna e convidativa.
João,
ResponderExcluirQue bom! Rs. Pelo menos esse é um problema fácil de resolver. Fica pertinho e num final de semana pode ser sanado.
Obrigada pela gentileza.
Claudia
Oi Claudia, adorei o post. Deu vontade de marcar a próxima viagem de férias pra lá! :)
ResponderExcluirBem, as férias desse ano já estão marcadas, mas quem sabe a do ano que vem, né?! rs
Beijinhos,
Cris
Aiiiiiii q delícia!!! AMO Santiago, por mim era meu destino "figurinha repetida" sempre :o)
ResponderExcluirBjoss
Oi Cláudia
ResponderExcluirÓtimo post!
Fiquei mais animada ainda pra minha viagem pra Santiago Estou indo pra lá com meu marido dia 28/04 e fico até 07/05
Anotei todas as suas dicas mas como sao mais dias gostaria de sugestões nas redondezas de Santiago que vc acha que vale a pena
Vc foi a Viña Del Mar e Valparaiso? Gostou? E Vinícolas, quais vc indica?
Muito obrigada
Lucianara
Cristiane,
ResponderExcluirBom mesmo é associar Santiago com o Atacama ou a Patagônia Chilena. Aí fica perfeito.
Luciana,
ResponderExcluirConfesso que achei Viña del Mar e Valparaíso um pouco sem graça. Gostei muito do Atacama. As vinícolas são deliciosas. Adorei a Casa Silva (tem um campo de polo lindo) e a La Postole (dá para ficar hospedada e o hotel é super simpático).
Espero que goste das indicações.
Bj
Oi eu adoro seu blog, suas imagens são perfeitas e queria saber qual é a câmera que você usa! Obg! :) :)
ResponderExcluirCláudia, querida, adorei seu texto e observações. Bastante sagaz. Gostaria que me indicasse um local que realmente valia a pena comer o tal do caranguejo gigante (centolla) e também, sem querer abusar, gostaria da indicação de uma vinícola que saia um pouco do foco turístico, de qualidade e preços justos. Obrigada.
ResponderExcluirJane,
ResponderExcluirO lugar mais tradicional e bem turístico da cidade para comer a centolla é o Mercado Central. Se quiser um lugar mais bem cuidado indico o Aqui está Coco.
Quanto às vinícolas adorei a Casa Silva (tem um campo de polo lindo) e a La Postole (dá para ficar hospedada e o hotel é super simpático). São mais distantes e bem menos turísticas.
Boa viagem!
Jean Carlos,
ResponderExcluirLeve dólares e troque no país pela moeda local.
Boa viagem.
Boa tarde Cláudia! Estou indo inicio de Dez/2015 para Santiago e adorei tudo que voce comentou, obrigado! Mas estou com uma grande duvida se levo dolares ou reais. Eu fiz as contas hoje e a cotação do real leva uma pequena vantagem. Mas acho que é tao pequena que talvez nao vale a pena, esse é a sua opinião? Imagino que seja muito mais fácil conseguir boa cotação no dólar por lá, estou certo?
ResponderExcluirAbs
Francisco
Chico,
ResponderExcluirSe a diferença é pequena, leve dólares. Sempre mais fácil para trocar.
Boa viagem.
top dez
ResponderExcluir