QUIRGUI O QUÊ?
A princípio, olhar desconfiado e comportamento retraído. Mas, aos poucos os quirguizes vão se revelando e desembrulhando seu manto misterioso. Esse povo sofrido, de tradição nômade, que vive nas montanhas da Ásia Central começou a respirar aliviado apenas de cinco anos para cá.
O Quirguistão nunca teve muito sossego. Já era perseguido pelos mongóis na época em que o país fazia parte da Rota da Seda, no século XIII. Mais tarde, enfrentou os calmucos, os manchus e os uzbeques até cair nas mãos do Império Russo. Muita gente fugiu pelas montanhas para a China e para o Afeganistão. Stalin reprimiu a cultura local com força. Em 1990, quando o controle soviético começou a ruir, novamente surgiram violentos conflitos étnicos com o vizinho Uzbequistão que mantém quatro enclaves no país. Em 1991, eles reconquistaram a independência. Mas, a situação nem assim acalmou. A instabilidade política continuou assombrando o povo e espantou o turismo. A vida naquelas montanhas nunca foi fácil.
O país definitivamente não faz parte da rota turística habitual dos brasileiros. Mas, os europeus já marcam presença frequente naquelas montanhas repletas de florestas e lagos que alçam a República do Quirguistão à categoria de "Suiça da Ásia Central". O forte do país é sua beleza natural associada aos traços culturais nômades lapidados pela União Soviética. Uma mistura curiosa e cheia de personalidade.
O QUIRGUISTÃO NO MAPA
O Quirguistão é um país amigável da Ásia Central. Noventa por cento do seu território é formado por montanhas. Fez parte da extinta União Soviética. Seus vizinhos são Cazaquistão, China, Uzbequistão e Tajiquistão.
Minha viagem ao Quirguistão teve momentos inesquecíveis. Lugares de grande beleza natural. Pessoas simples e de uma força inspiradora. Nas regiões onde estive, ao norte, me senti segura. O país não tem mais guerras ou conflitos étnicos (pelo menos até o momento). Mas, em algumas regiões do sul ainda é perigoso sim. Especialmente, na fronteira com o Tajiquistão. Tem que saber por onde se aventurar. Mas, não se assuste. A infra-estrutura turística é boa e eles vão orientar onde você pode e não pode ir. Mulheres sozinhas não devem se aventurar pelo Quirguistão.
ORGANIZANDO A VIAGEM
Fazia tempo que a Ásia Central vinha povoando meus pensamentos. Até que chegou a hora. E, o Quirguistão entrou em pauta juntamente com o Cazaquistão e o Uzbequistão. Uma semana em cada país.
Pelos mercados do Quirguistão.
O Quirguistão nunca teve muito sossego. Já era perseguido pelos mongóis na época em que o país fazia parte da Rota da Seda, no século XIII. Mais tarde, enfrentou os calmucos, os manchus e os uzbeques até cair nas mãos do Império Russo. Muita gente fugiu pelas montanhas para a China e para o Afeganistão. Stalin reprimiu a cultura local com força. Em 1990, quando o controle soviético começou a ruir, novamente surgiram violentos conflitos étnicos com o vizinho Uzbequistão que mantém quatro enclaves no país. Em 1991, eles reconquistaram a independência. Mas, a situação nem assim acalmou. A instabilidade política continuou assombrando o povo e espantou o turismo. A vida naquelas montanhas nunca foi fácil.
Yurta, uma moradia típica do Quirguistão.
O país definitivamente não faz parte da rota turística habitual dos brasileiros. Mas, os europeus já marcam presença frequente naquelas montanhas repletas de florestas e lagos que alçam a República do Quirguistão à categoria de "Suiça da Ásia Central". O forte do país é sua beleza natural associada aos traços culturais nômades lapidados pela União Soviética. Uma mistura curiosa e cheia de personalidade.
As belas montanhas do Quirguistão.
O Quirguistão é um país amigável da Ásia Central. Noventa por cento do seu território é formado por montanhas. Fez parte da extinta União Soviética. Seus vizinhos são Cazaquistão, China, Uzbequistão e Tajiquistão.
Em laranja, do lado direito, o pequenino Quirguistão (Kyrgystan),
o país menos visitado da turma do "istão".
o país menos visitado da turma do "istão".
Minha viagem ao Quirguistão teve momentos inesquecíveis. Lugares de grande beleza natural. Pessoas simples e de uma força inspiradora. Nas regiões onde estive, ao norte, me senti segura. O país não tem mais guerras ou conflitos étnicos (pelo menos até o momento). Mas, em algumas regiões do sul ainda é perigoso sim. Especialmente, na fronteira com o Tajiquistão. Tem que saber por onde se aventurar. Mas, não se assuste. A infra-estrutura turística é boa e eles vão orientar onde você pode e não pode ir. Mulheres sozinhas não devem se aventurar pelo Quirguistão.
ORGANIZANDO A VIAGEM
Fazia tempo que a Ásia Central vinha povoando meus pensamentos. Até que chegou a hora. E, o Quirguistão entrou em pauta juntamente com o Cazaquistão e o Uzbequistão. Uma semana em cada país.
Tive pouco tempo para programar a viagem. Bem menos de um mês. Digamos que, duas semanas. Mas, foi o suficiente para me organizar, falar com amigos que já haviam estado por lá, o querido casal Arnaldo Affonso e Emília Fernandes autores dos blogs Fatos & Fotos de Viagens e A Turista Acidental, e providenciar os vistos que eu imaginava ser a parte mais complicada. Que nada. Foi fácil. Especialmente, no Quirguistão e no Cazaquistão. O Uzbequistão é realmente um pouquinho mais difícil.
Cheguei ao Quirguistão depois de ter passado uma semana no Cazaquistão visitando as cidades de Astana e Almaty. Optei por ir de carro com motorista de Almaty (antiga capital do Cazaquistão) até Bishkek (capital do Quirguistão) pela proximidade. São apenas 230 quilômetros, quatro horas de estrada. Me arrependi. A estrada é monótona e não tem nada de especial. Fica a dica, vá de avião. O voo dura apenas meia hora.
Estrada Almaty (antiga capital do Cazaquistão) - Bishkek (capital do Quirguistão).
Campos repletos de rebanhos e ao fundo as montanhas Tian Shan que separam os dois países.
Por terra, a tramitação da alfândega é feita num posto da aduana, na fronteira entre os dois países. Antecipadamente, você recebe de um operador local uma carta que vale como visto. Esse documento garante a sua entrada. É muito tranquilo, apesar do posto ser movimentado. Muitas gente atravessa do Quirguistão para o Cazaquistão de carro ou a pé, com mercadorias de todo tipo. Essa é uma tradição. Afinal, a região fazia parte da Rota da Seda e ainda mantém viva essa herança. O comércio é a grande mola propulsora do país. O Quirguistão é um polo de distribuição de mercadorias vindas da China para serem enviadas a outros países da Europa e Ásia. E esse mercado só cresce. Tenho amigos no Quirguistão que vivem exatamente desse comércio.
Osh Market e suas barracas que vendem de tudo.
Depois de atravessar a fronteira foram mais alguns minutos para chegarmos ao hotel Hyatt Regency Bishkek, no centro da capital do Quirguistão. Um bom hotel cinco estrelas, bem localizado. Da janela do quarto, uma bela vista das cordilheiras nevadas de Tian Shan e muito verde.
Hotel Hyatt Regency Bishkek.
Bishkek vista do hotel Hyatt Regency.
CURIOSIDADE
Por ser um país montanhoso e nômade, a caça com águia ainda faz parte da cultura. É um espetáculo impressionante e comovente. A relação da águia com seu tratador foi o que mais me encantou. Total confiança. A falconaria é uma arte praticada há milênios. É símbolo de status em alguns países. Mas, nas montanhas do Quirguistão é a garantia de ter alimento à mesa.
A águia e seu dono, uma parceria emocionante.
QUANDO IR
Opte por ir nos meses de temperatura mais amena. Nas montanhas há neve eterna e a temperatura no inverno chega a -20 graus (ou mais), em dezembro e janeiro. Bem friozinho. O verão é muito quente. Julho e agosto faz mais de 30 graus. O ideal é ir nos meses intermediários: abril, maio, junho, setembro, outubro e novembro. Fui em setembro de 2015 e peguei excelente temperatura.
IDIOMA
Quirguiz, russo e alguns dialetos. Inglês é falado nos hotéis e por poucas pessoas, geralmente os mais jovens.
MOEDA LOCAL
Som quirguiz (KGS) Troque dinheiro assim que chegar no país. É preciso usar cash. Pouquíssimos lugares aceitam cartão. 1 som = 0,05 centavos de real. (cotação de janeiro/2016).
RELIGIÃO
A maioria dos quirguizes, ao redor de 75%, são muçulmanos. A igreja ortodoxa russa também deixou seguidores. Mas, eles não são muito conservadores. Dá para andar até de bermuda nos dias mais quentes.
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA ENTRAR NO PAÍS
O Quirguistão é muito amigável apesar de se ouvir pouco sobre ele. Tem boa infra-estrutura turística. Para emitir o visto é necessária uma carta-convite que é emitida pelo próprio hotel ou por uma agência de turismo local.
INDICAÇÃO DE AGÊNCIAS DE VIAGEM
A Kyrgyz Concept ajuda em tudo. Nos passeios e no visto. Tem uma dentro do hotel Hyatt Regency. www.concept.kg
Também tem outra agência, que é considerada a maior do país. Aksai Travel. www.ak-sai.com contato: + 996 312 90 93 57
Também tem outra agência, que é considerada a maior do país. Aksai Travel. www.ak-sai.com contato: + 996 312 90 93 57
INDICAÇÃO DE GUIAS
Fiz um tour de quatro horas pelo centro da cidade, caminhando. Bishkek é uma cidade pequena e pode ser facilmente percorrida a pé numa manhã ou numa tarde. Adorei a guia Ekaterina Ivanova que fala um bom inglês. O telefone dela para contato é +996 556 033659, e-mail para contato katrin1290@inbox.ru
Também gostei da guia Olga Dragovskaya que me acompanhou pelas montanhas dos arredores de Karacol e fala espanhol. Telefones para contato: + 996 773 255532 ou + 996 550 287548. O e-mail dela é alondra@list.ru.
Pelas ruas da cidade, encontrei um casal de portugueses acompanhado de um guia que falava português. Não usei os serviços dele, mas encontrei o casal em várias cidades da Ásia Central circulando com esse guia o tempo todo. O nome dele é Yasin. Telefone: +998 935 521072. E-mail: yasin_mundo786@yahoo.es
O valor cobrado pelas guias é entre 20 e 30 dólares por dia.
INDICAÇÃO DE HOTEL
Hyatt Regency Bishkek. Um hotel muito bom, bem localizado, com excelente café da manhã, serviço atencioso e tem uma agência de turismo dentro dele que pode agilizar sua viagem às montanhas.
COMO CHEGAR
Entrei no país de carro, vindo do vizinho Cazaquistão, numa viagem que durou 4 horas. Mais fácil é chegar de avião pelo aeroporto internacional de Manas que fica a menos de 30 minutos do centro da cidade. Usei a Turkish Airlines para chegar à Ásia Central. Voei Rio, Istambul (fiquei 3 dias), Astana (fiquei 4 dias), Almaty (fiquei 3 dias) e então fui de carro até Bishkek, a capital do Quirguistão.
Também gostei da guia Olga Dragovskaya que me acompanhou pelas montanhas dos arredores de Karacol e fala espanhol. Telefones para contato: + 996 773 255532 ou + 996 550 287548. O e-mail dela é alondra@list.ru.
Pelas ruas da cidade, encontrei um casal de portugueses acompanhado de um guia que falava português. Não usei os serviços dele, mas encontrei o casal em várias cidades da Ásia Central circulando com esse guia o tempo todo. O nome dele é Yasin. Telefone: +998 935 521072. E-mail: yasin_mundo786@yahoo.es
O valor cobrado pelas guias é entre 20 e 30 dólares por dia.
INDICAÇÃO DE HOTEL
Hyatt Regency Bishkek. Um hotel muito bom, bem localizado, com excelente café da manhã, serviço atencioso e tem uma agência de turismo dentro dele que pode agilizar sua viagem às montanhas.
COMO CHEGAR
Entrei no país de carro, vindo do vizinho Cazaquistão, numa viagem que durou 4 horas. Mais fácil é chegar de avião pelo aeroporto internacional de Manas que fica a menos de 30 minutos do centro da cidade. Usei a Turkish Airlines para chegar à Ásia Central. Voei Rio, Istambul (fiquei 3 dias), Astana (fiquei 4 dias), Almaty (fiquei 3 dias) e então fui de carro até Bishkek, a capital do Quirguistão.
O Quirguistão garante boas surpresas.
LEIA TAMBÉM
Que super legal Clau... adoro esses destinos pouco explorados!
ResponderExcluirViajei com você, como sempre, né? :)
bjão
Mi,
ExcluirEssa viagem foi muito legal. Gostei demais. Cada país da Ásia Central tem personalidade própria. Mesmo sendo lado a lado e tendo sido parte da antiga União Soviética eles conseguiram manter suas culturas preservadas.
Vale considerar esse roteiro.
Beijos
Também adoro destinos exóticos e adorei saber um pouco mais da Ásia Central pelos seus relatos! Como sempre, ótimo e sempre cheio de belas fotos! Beijão!
ResponderExcluirCarol,
ResponderExcluirEssa viagem é muito legal. Recomendo.
Em breve, quero as Filipinas. Vou pegar todas as dicas no seu blog.
Beijos
Que bonitas fotos, merecem uma visita...
ResponderExcluirFoi sozinha a esses países? Não teve medo?
Em que época do ano foi?
Viajo sempre com meu marido. Esses países da Ásia Central são difíceis para mulheres sozinhas. Indico que vá sozinha apenas tendo uma guia mulher e motorista previamente contratados. O ideal é viajar sempre com tranquilidade e segurança para não passar nenhum aperto.
ResponderExcluirGostei muito dp seu relato: preciso e não muito extenso. Parabéns!
ResponderExcluirEstou planejando ir nos próximos dias saindo de Londres. Mas vi que você recomendou mulher não ir sozinha, o que será minha situação. Você acha muito complicado e inseguro ir sozinha?
Ira
Adorei ler sobre sua experiência em meu país 😍 Obrigada por relatar tão ricamente! Meu marido e filho, brasileiros, que ainda não conhecem Quirguistão ficaram bem inspirados!
ResponderExcluirCláudia porque os guias não recomendam que mulheres sozinhas explorem o Quirguistão?
ResponderExcluirEstá relacionado ao sequestro de noivas praticado no Quirguistão?
Bruno,
ExcluirAs montanhas são pouco habitadas, o país é muito sofrido, ainda há conflitos com a vizinhança. Por isso não é recomendado. Mas, o país é lindo. As pessoas foram todas gentilíssimas comigo e com meu marido. Viajamos muito de carro. São longas distâncias para alcançar as montanhas.
Como tenho desejo de conhecer esse lugar. Adoro países pequenos com montanhas, gente humilde e acolhedora!
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