BUKHARA, UMA CIDADE DE ALMA PERSA
Bukhara foi a terceira cidade que visitei no Uzbequistão e a mais quente da Ásia Central. Comecei explorando o país pela capital TASHKENT, depois conheci a adorável KHIVA de onde parti de carro com o motorista Sr. Abdurahmon para a tão esperada "Cidade da Sorte". No inglês, ele não arriscava uma palavra sequer. Apenas russo e uzbeque. No entanto, sua boa vontade em estabelecer um padrão de comunicação compensava a barreira da língua e nossa convivência foi perfeita.
A partir de Khiva até Bukhara são 410 quilômetros. É preciso encarar seis horas e meia de chão. O primeiro trecho passa por vilarejos rurais e pequenas cidades. É preciso andar com cuidado pois há muita gente circulando ao longo da via e animais atravessando a pista. A seguir vem uma área militar. Logo inicia o Deserto de Kyzylkum que acompanha
o rio Amu Darya e faz fronteira com o Turcomenistão. Apesar do deserto ser plano e árido, de ter areia pra todo lado e do cenário ser monótono, os primeiros 100 quilômetros de deserto são feitos numa estrada nova e bem asfaltada. Nesse trecho pegamos um tempestade de areia e a visibilidade ficou péssima. Foi uma experiência, no mínimo inusitada.
DICA: Como não há nenhum ponto de apoio na estrada, a saída é levar sanduíches, frutas e água para consumir no trajeto. Além disso, paradas no caminho, apenas "pipi stop" atrás de alguma duna ou moita. Portanto, tenha sempre na bolsa um pacote de lenços umedecidos.
DICA: Como não há nenhum ponto de apoio na estrada, a saída é levar sanduíches, frutas e água para consumir no trajeto. Além disso, paradas no caminho, apenas "pipi stop" atrás de alguma duna ou moita. Portanto, tenha sempre na bolsa um pacote de lenços umedecidos.
Deserto de Kyzylkum que acompanha o rio Amu Darya e do outro lado do rio é o Turcomenistão.
Sinceramente, não recomendo fazer o trajeto de carro. A estrada é ruim, perigosa, com muitos caminhões, tem trechos em obra e não tem nada de especial para se ver. Alguns dias da semana há voos de Urgench (ao lado de Khiva) para Bukhara. Programe seu roteiro com antecedência e opte por fazer esse voo. Ou volte para Tashkent e de lá tome outro voo para Bukhara.
UM CENTRO MEDIEVAL E TANTO
Bukhara foi o coração econômico, cultural e religioso da Ásia Central. Considerada um oásis no meio do Deserto de Kyzylkum foi a capital do estado de Samanidas (primeira dinastia iraniana que controlou a Ásia Central) nos séculos IX e X, um dos principais pontos comerciais das caravanas da Rota da Seda e um dos pilares do islã. Hoje, vem crescendo. E, mesmo assim preserva com carinho suas madrassas, mercados, mausoléus, mesquitas, minaretes, fortificações, canais de irrigação e algumas das 200 piscinas que foram usadas até o século passado para o abastecimento de água da cidade. Bukhara é reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Merecidamente. Andar por suas ruas medievais é a certeza de revisitar um passado sublime de linhagem persa.
Segundo os arqueólogos que vem acompanhando recentes escavações, Bukhara tem mais de 2.500 anos de história. É uma das cidades mais antigas do mundo. As autoridades locais escolheram arbitrariamente o ano de 1997 para celebrar esse aniversário.
E, mesmo que o progresso venha rondando a cidade, ele não consegue penetrar nas ruas empoeiradas e labirínticas do centro histórico onde o minarete Kalon, com seus 47 metros de altura, é uma das grandes estrelas, desde 1127. Ele faz parte de uma das tantas lendas da cidade. Dizem que quando Gengis Khan chegou em frente ao minarete pronto para colocá-lo abaixo, no século XIII, seu chapéu caiu e ele teve que se curvar. Para ele, essa reverência foi o sinal de que deveria manter o poderoso minarete em pé. Mais tarde, passou a ser o local de onde os inimigos e criminosos eram lançados à morte. Por isso, foi apelidado de "Torre da Morte". Além disso, servia como torre de vigia e orientava as caravanas que viajavam na Rota da Seda. O minarete está em pé até os dias de hoje cercado pela belíssima Madrassa Mir-i Arab e pela Mesquita Kalon. Seus 105 degraus não estão mais abertos aos visitantes. Mas, é do alto do minarete que nos alto-falantes, os chamados do muezin convocam os fiéis para oração, várias vezes ao dia.
A Mesquita Kalon é absolutamente imponente e tem uma atmosfera de muita paz. Nem dá para imaginar seu tamanho quando vista pelo portão de entrada. Seu teto é formado por 288 domos e de tão grande tem até um púlpito. Sua capacidade é para 10 mil pessoas e ainda está em funcionamento desde o século XVI. Apenas durante a ocupação soviética seu uso foi interrompido e passou a servir como depósito. Em 1991, assim que o regime ruiu, a mesquita voltou a ser usada com fins religiosos. É belíssima.
A Madrassa Mir-i Arab foi uma das mais importantes entre as 100 escolas de islamismo que havia na cidade. Ela foi construída em 1536, pelo Emir de mesmo nome e funcionou por mais de cinco séculos. Na época, ele construiu a madrassa, foi para Samarkand para cumprir sua formação religiosa, retornou para Bukhara e se tornou muito respeitado como professor de islamismo. Ela não está mais em funcionamento. No entanto, outras madrassas ainda funcionam. Há escolas masculinas e femininas.
Em frente a madrassa, está o Mercado do Ouro, uma tradição que se mantém na terra que foi o epicentro da Rota da Seda. É uma visita deliciosa onde a vida do dia-a-dia pulsa. Nos corredores do mercado senhoras negociam seus produtos. Muitos casais circulam em busca de alianças para o casamento. Os uzbeques costumam casar cedo. Os casamentos ainda são "arranjados" pela família. Um de nossos guias estava vivendo um dilema danado por ter uma noiva proposta pela família e estar apaixonado por outra moça que não era bem-vinda.
Um pouco distante dali vale visitar a simpática Madrassa Chor-Minor. Ela é pequenina e diferente das outras por ter quatro minaretes com cúpulas azuis. Aliás, o nome significa exatamente "quatro minaretes". Dizem que ela é uma cópia em versão miniatura da Mesquita Hydarabad, da Índia Central. Como Bukhara era um
importante centro de estudos islâmicos, chegou a ter mais de 100 madrassas no século XIX.
Ainda fora do centro, mas nos limites do núcleo urbano histórico, aproveite para conhecer o Mausoléu Samanide que data do séculos IX e X. Ele fica num parque bem arborizado e guarda a sepultura do poderoso Emir Ismail Samini. Esse é um dos monumentos islâmicos mais antigos da Ásia Central. É todo construído em tijolos. Os desenhos formados pelos tijolos são impressionantes. Monumento imperdível.
Visite o Museu da História do Suprimento de Água para saber um pouco mais sobre as casas de banho que eram um hábito a partir do século XVI e ainda se mantém na cidade. (Eu visitei uma casa de banho feminina ao lado da Mesquita Kalon - Haman Kunjac - no entanto, o calor era insuportável e não consegui ficar.) O museu também aborda a tragédia ambiental do Mar de Aral causada pelos russos e explica como eram feitas as cisternas que abasteciam de água os comerciantes que viajavam na Rota da Seda, com a captação de água da chuva e degelo, além das piscinas e dos canais de irrigação.
O ponto de encontro dos moradores de Bukhara gira em torno da Praça Lyabi-Hauz. Por ali, mães passeiam com os filhos, moradores se reúnem para bater papo, vendedores oferecem seus produtos e turistas vão e vem. Há muitos cafés, restaurantes, hotéis e lojas nessa área. Diariamente, minha caminhada começava e terminava em frente a piscina da praça que é cercada por madrassas e era onde ficava meu hotel.
Bukhara é uma cidade um pouco diferente das outras pois seu abastecimento de água era feito por um sistema de canais e piscinas. Afinal, é um oásis no meio do deserto. Lyabi-Hauz não é mais usada com esse fim. Depois de ter sofrido com uma praga, os russos deixaram poucas piscinas e canais na cidade.
As madrassas Nodir-Divan Begi, Kukeldash e Khanaka Nodir-Divan Begi estão lá para confirmar a história e glorificar sua missão. Nodir-Divan Begi foi inicialmente construída, em 1622, como caravanserai, ou seja, hospedagem para as caravanas de mercadores. No entanto, no dia da inauguração, o Khan Abdul Aziz decidiu que deveria se tornar uma madrassa. Sua beleza é inacreditável. Ornamentada com azulejos coloridos que formam figuras de animais. Atualmente, no seu interior há lojas de artesanato muito convidativas com tapetes, bordados "suzane", cerâmicas e tantos outros objetos, além de um restaurante. Em frente a essa madrassa fica outra de nome muito parecido destinada ao estudo do Sufismo e usada para cerimônias religiosas. É a Khanaka Nodir-Divan Begi. O nome das duas foi dado em função da construção ter sido ordenada pelo mesmo Khan. Do outro lado da praça está a enorme madrassa Kukeldash, de 1569. Ela chegou a ser a maior escola de islamismo da Ásia Central comportando até 320 alunos.
Há muito para se ver em Bukhara. Entre uma madrassa e outra é bom fazer uma pausa para refeição em uma das antigas casas convertidas em restaurantes. Sopa não pode faltar. Hábito local mesmo nos dias quentes. Depois, manti, (que são dumplings); langman (massa caseira com legumes e carnes) ou plov (arroz com cenoura e carne). De sobremesa melão ou melancia. E, para finalizar, o onipresente chá.
Centro medieval de Bukhara, Uzbequistão. Canal de irrigação e tapetes espalhados pela rua.
A Cidade Velha de Bukhara vive ainda como no passado. Mais de 150 de seus prédios são patrimônios arquitetônicos protegidos.
A Cidade Velha de Bukhara vive ainda como no passado. Mais de 150 de seus prédios são patrimônios arquitetônicos protegidos.
Segundo os arqueólogos que vem acompanhando recentes escavações, Bukhara tem mais de 2.500 anos de história. É uma das cidades mais antigas do mundo. As autoridades locais escolheram arbitrariamente o ano de 1997 para celebrar esse aniversário.
E, mesmo que o progresso venha rondando a cidade, ele não consegue penetrar nas ruas empoeiradas e labirínticas do centro histórico onde o minarete Kalon, com seus 47 metros de altura, é uma das grandes estrelas, desde 1127. Ele faz parte de uma das tantas lendas da cidade. Dizem que quando Gengis Khan chegou em frente ao minarete pronto para colocá-lo abaixo, no século XIII, seu chapéu caiu e ele teve que se curvar. Para ele, essa reverência foi o sinal de que deveria manter o poderoso minarete em pé. Mais tarde, passou a ser o local de onde os inimigos e criminosos eram lançados à morte. Por isso, foi apelidado de "Torre da Morte". Além disso, servia como torre de vigia e orientava as caravanas que viajavam na Rota da Seda. O minarete está em pé até os dias de hoje cercado pela belíssima Madrassa Mir-i Arab e pela Mesquita Kalon. Seus 105 degraus não estão mais abertos aos visitantes. Mas, é do alto do minarete que nos alto-falantes, os chamados do muezin convocam os fiéis para oração, várias vezes ao dia.
O Minarete Kalon é o principal cartão-postal de Bukhara e se destaca imponente no horizonte.
Kalon ou Kalyan significa "grande" em tajique, língua derivada do persa, ainda falada na cidade.
Do lado esquerdo, a Madrassa Mir-i Arab e do lado direito a Mesquita Kalon.
A Mesquita Kalon é absolutamente imponente e tem uma atmosfera de muita paz. Nem dá para imaginar seu tamanho quando vista pelo portão de entrada. Seu teto é formado por 288 domos e de tão grande tem até um púlpito. Sua capacidade é para 10 mil pessoas e ainda está em funcionamento desde o século XVI. Apenas durante a ocupação soviética seu uso foi interrompido e passou a servir como depósito. Em 1991, assim que o regime ruiu, a mesquita voltou a ser usada com fins religiosos. É belíssima.
Observe os domos da Mesquita Kalon. Bukhara.
Mesquita Kalon e sua belíssima decoração com ladrilhos azuis esmaltados.
Madrassa Mir-i Arab, Bukhara, Uzbequistão.
Mercado do Ouro de Bukhara.
As distâncias são curtas em Bukhara e praticamente tudo pode ser visto a pé. Logo a seguir fica a Fortaleza da Arca com grandes muralhas e cinco bastiões. Uma rampa conduz ao interior da cidadela real que hoje funciona como museu, mas que foi usada do século V até 1920 quando foi bombardeada pelo Exército Vermelho e fortemente danificada. A fortificação é grandiosa. Ocupa um enorme quarteirão numa parte central da Cidade Velha. Foi construída para abrigar os Emires de Bukhara. Mas, além disso, já foi usada com diversos fins: acampamento militar, prisão, centro administrativo e hoje está aberta a visitação.
Do lado de fora do Mercado do Ouro esse senhor vende formas para enfeitar o pão e a senhora vende fatias de melão. Curioso, que eles advertem aos turistas para não beber água por duas horas depois de comer melão. Caso contrário, pode dar "dor de barriga". Eu não me atrevi a contestar, mas confesso que achei a teoria bem estranha.
Muralhas e bastiões da Fortaleza da Arca. Antiga residência dos Emires de Bukhara.
Portão principal da Cidadela da Arca.
Mesquita Juma, na Fortaleza da Arca.
Praticamente em frente ao forte, na Praça Registan, fica a Mesquita Bolo Hauz ou a Mesquita do Lago. Foi construída em 1712 em frente a uma das tantas piscinas da cidade. Tem o teto todo trabalhado, colunas entalhadas em madeira e um pequeno minarete.
Mesquita Bolo Hauz ou a Mesquita do Lago.
A charmosa madrassa Chor-Minor.
Ainda fora do centro, mas nos limites do núcleo urbano histórico, aproveite para conhecer o Mausoléu Samanide que data do séculos IX e X. Ele fica num parque bem arborizado e guarda a sepultura do poderoso Emir Ismail Samini. Esse é um dos monumentos islâmicos mais antigos da Ásia Central. É todo construído em tijolos. Os desenhos formados pelos tijolos são impressionantes. Monumento imperdível.
Ao se aproximar do Mausoléu Samanide é que os desenhos feitos com tijolos se revelam.
Visite o Museu da História do Suprimento de Água para saber um pouco mais sobre as casas de banho que eram um hábito a partir do século XVI e ainda se mantém na cidade. (Eu visitei uma casa de banho feminina ao lado da Mesquita Kalon - Haman Kunjac - no entanto, o calor era insuportável e não consegui ficar.) O museu também aborda a tragédia ambiental do Mar de Aral causada pelos russos e explica como eram feitas as cisternas que abasteciam de água os comerciantes que viajavam na Rota da Seda, com a captação de água da chuva e degelo, além das piscinas e dos canais de irrigação.
Museu da História do Suprimento de Água de Bukhara.
Foto do que sobrou do Mar de Aral exposta no museu.
Em frente ao museu fica o Complexo Memorial a Imam Al-Bukhari, um sábio, filósofo e teólogo muçulmano sunita persa muito importante no mundo islâmico.
O ponto de encontro dos moradores de Bukhara gira em torno da Praça Lyabi-Hauz. Por ali, mães passeiam com os filhos, moradores se reúnem para bater papo, vendedores oferecem seus produtos e turistas vão e vem. Há muitos cafés, restaurantes, hotéis e lojas nessa área. Diariamente, minha caminhada começava e terminava em frente a piscina da praça que é cercada por madrassas e era onde ficava meu hotel.
Bukhara é uma cidade um pouco diferente das outras pois seu abastecimento de água era feito por um sistema de canais e piscinas. Afinal, é um oásis no meio do deserto. Lyabi-Hauz não é mais usada com esse fim. Depois de ter sofrido com uma praga, os russos deixaram poucas piscinas e canais na cidade.
Praça Lyabi-Hauz e ao fundo a madrassa Khanaka Nodir-Divan Begi.
As madrassas Nodir-Divan Begi, Kukeldash e Khanaka Nodir-Divan Begi estão lá para confirmar a história e glorificar sua missão. Nodir-Divan Begi foi inicialmente construída, em 1622, como caravanserai, ou seja, hospedagem para as caravanas de mercadores. No entanto, no dia da inauguração, o Khan Abdul Aziz decidiu que deveria se tornar uma madrassa. Sua beleza é inacreditável. Ornamentada com azulejos coloridos que formam figuras de animais. Atualmente, no seu interior há lojas de artesanato muito convidativas com tapetes, bordados "suzane", cerâmicas e tantos outros objetos, além de um restaurante. Em frente a essa madrassa fica outra de nome muito parecido destinada ao estudo do Sufismo e usada para cerimônias religiosas. É a Khanaka Nodir-Divan Begi. O nome das duas foi dado em função da construção ter sido ordenada pelo mesmo Khan. Do outro lado da praça está a enorme madrassa Kukeldash, de 1569. Ela chegou a ser a maior escola de islamismo da Ásia Central comportando até 320 alunos.
Madrassa Nodir Divan Begi. A parte superior do portão central é ornamentada com dois pavões e um sol com um rosto humano. Cabe notar que a arte islâmica não costuma reproduzir rostos humanos.
Interior da Madrassa Nodir Divan Begi.
Na praça, a escultura de um homem montado num burrico vive cercada de gente em busca de uma foto. É Nasreddin Mullah, um sábio e estudioso do Alcorão. Figura importante no Uzbequistão.
Na praça, a escultura de um homem montado num burrico vive cercada de gente em busca de uma foto. É Nasreddin Mullah, um sábio e estudioso do Alcorão. Figura importante no Uzbequistão.
A alguns passos da praça fica a belíssima e muito antiga mesquita Magoki Atori. Ela fazia parte do complexo onde havia um grande mercado. A área está sendo escavada e vem mostrando a história em camadas. Os prédios mais antigos, como essa mesquita do século IX estão num nível mais baixo do que as demais construções. Atualmente, a mesquita abriga o Museu dos Tapetes.
Observe que a Mesquita Magoki Atori fica num nível mais baixo em relação ao restante da cidade.
Pelas características arquitetônicas, a Mesquita Magoki Atori parece ser a mais antiga de Bukhara.
Novas estruturas estão sendo encontradas com trabalhos de escavação em Bukhara.
Há muito para se ver em Bukhara. Entre uma madrassa e outra é bom fazer uma pausa para refeição em uma das antigas casas convertidas em restaurantes. Sopa não pode faltar. Hábito local mesmo nos dias quentes. Depois, manti, (que são dumplings); langman (massa caseira com legumes e carnes) ou plov (arroz com cenoura e carne). De sobremesa melão ou melancia. E, para finalizar, o onipresente chá.
Depois de uma boa pausa para o almoço, não tem como resistir a umas comprinhas. Os tapetes de Bukhara são famosos no mundo todo. Impossível não ficar tentado. E eles entregam em qualquer canto. Então, a tentação aumenta. Os tapetes são um dos legados persa. Estão pendurados por toda parte e espalhados pelo chão da cidade. Outra coisa impossível de resistir são os bordados "suzane" feitos a mão. Pode ser uma toalha de mesa, almofadas ou até roupas bordadas a mão. O trabalho é espetacular.
Bukhara é um paraíso para quem gosta de tapetes.
Bazar Coberto.
E já que o mercado fica a alguns passos das Madrassa Ulug Bek e Abd al Aziz Khan aproveite para fechar com chave de ouro a visita a Bukhara e conhecer essas pérolas. A primeira foi construída em 1417 pelo neto do adorado Amir Timur e a segunda em 1651 por Abdul Aziz Khan, também querido pelos uzbeques. As duas têm fachadas espetaculares.
Madrassa Ulug Bek.
Madrassa Abd al Aziz Khan.
Bukhara é um paraíso para quem gosta de história e especialmente no que se refere ao legado persa. É uma das cidades mais antigas do mundo. O centro histórico pode ser facilmente trilhado a pé, basta estar com um mapa na mão para não perder nada. Fiquei dois dias na cidade e por uma manhã contratei uma guia para fazer a primeira exploração. Depois, segui pelos labirintos em busca de suas joias arquitetônicas. Minha câmera fotográfica quase entrou em exaustão tal meu fascínio com o que aparecia no caminho. Bukhara tem muita personalidade. Merece dois ou três dias de exploração minuciosa.
INDICAÇÃO DE MOTORISTA
Sr. Abdurahmon. Uma simpatia. Acompanhou nossa viagem durante a semana toda no Uzbequistão, Telefone: 90 98 040 55
INDICAÇÃO DE RESTAURANTE
Badreddin. De comida local. Ambiente agradável, atendimento muito gentil. Fica na rua Naqsbandi 91.
INDICAÇÃO DE HOTEL
Quanto aos hotéis, saiba que esse não é o ponto alto do país. Os hotéis são bem simples, especialmente no interior do país. Categoria 3 estrelas, com serviço atencioso porém fraco.
Fiquei no Hotel Asia Bukhara que era bem localizado e com café da manhã bem rudimentar. Quartos amplos e simples.
Gostei do Hotel Malika Bukhara, quase ao lado do meu, inaugurado em 2004, portanto mais novo.
Outro que me chamou atenção e entrei para conhecer foi o Hotel Minzifa que tem uma decoração uzbeque tradicional e um bom restaurante.
Fiquei no Hotel Asia Bukhara que era bem localizado e com café da manhã bem rudimentar. Quartos amplos e simples.
Gostei do Hotel Malika Bukhara, quase ao lado do meu, inaugurado em 2004, portanto mais novo.
Outro que me chamou atenção e entrei para conhecer foi o Hotel Minzifa que tem uma decoração uzbeque tradicional e um bom restaurante.
Quarto do Hotel Minzifa.
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Maravilhoso,Claudia! Vou compartilhar em meu face.E
ResponderExcluirÉs a única pessoa que conheço que esteve em Bukhara !!!
Pois é, MT.
ResponderExcluirA Ásia Central está começando a se abrir agora para o turismo. É uma região fantástica. Países cheios de personalidade. O Uzbequistão foi meu favorito dos 3 que visitei (os outros foram Cazaquistão e Quirguistão). Fiquei totalmente apaixonada pelas cidades do interior do país: Bukhara, Khiva e Samarkand. A capital tem um jeitão muito russo e foi toda refeita depois do último terremoto. Então, guardou pouca coisa da arquitetura histórica.
Foi uma super viagem de aniversário.
Beijos
Claudia querida ,parabéns ,amei as fotos ,você descreve de uma maneira que nos leva até lá ,sempre fui encantada com as tapeçarias Bukharas ,agora depois desta maravilhosa publicação temos que conhecer,o mais rápido que pudermos , Bjs
ResponderExcluirClaudia querida ,parabéns ,amei as fotos ,você descreve de uma maneira que nos leva até lá ,sempre fui encantada com as tapeçarias Bukharas ,agora depois desta maravilhosa publicação temos que conhecer,o mais rápido que pudermos , Bjs
ResponderExcluirObrigada! Volte sempre. Próxima matéria é sobre a encantadora cidade de Samarkand, ainda no Uzbequistão.
ResponderExcluirClaudia, parabéns pelo Blog, um dos melhores que ja acompanhei, a narrativa, os detalhes e as fotos, a leitura é agradavel e leve nos faz viajar junto com você.
ResponderExcluirLuiz,
ResponderExcluirFico muito honrada com seu comentário.
Obrigada e seja sempre muito bem-vindo.