O QUE FAZER NA LAPÔNIA
A Lapônia é um cantinho muito especial do planeta. Tem personalidade forte e peculiar. É a terra do Papai Noel, das renas, dos huskies siberianos, dos alces, dos ursos polares, do salmão, do povo saami. Seus cenários mudam completamente conforme as estações do ano. Tem aurora boreal no outono e na primavera, crepúsculo azul no forte do inverno e no verão é a terra do sol da meia noite. Essa região ao norte do Círculo Polar Ártico é habitada pelos Lapões e engloba parte dos territórios da Finlândia, Noruega, Suécia e Rússia.
Kaamos ou noite polar é quando o sol definitivamente não dá as caras de dezembro a janeiro. O céu se cobre de tons azulados e rosados. É uma época que leva muita gente à depressão.
Foto: www.inarisariselka.fi
Exploramos nessa viagem, apenas a parte Finlandesa da Lapônia, de Inari a Rovaniemi. É um lugar lindo demais e de frio polar. As temperaturas costumam ir dos 15 graus Celsius, nas épocas mais quentes, a 40 graus negativos, no inverno. Por isso, a densidade demográfica é baixíssima, pouca gente consegue viver por ali.
Optamos por um período em que as temperaturas ainda não estavam muito baixas para conseguir circular confortavelmente de carro: entre - 5 e + 5 graus Celsius. No entanto, esse ano havia pouca neve no início de novembro. Com mais neve o cenário ganha mais fascínio.
Como já foi falado no post anterior, chegamos pelo aeroporto de Ivalo num voo da Finnair vindo de Helsinque onde ficamos hospedados por 3 dias no charmoso Design Hotel Klaus K. Ivalo não tem nada que mereça destaque além do aeroporto. Logo pegamos o carro alugado na Hertz e descemos 40 quilômetros em direção ao sul, até chegar no povoado de Saariselkä, onde fica o hotel-iglu mais badalado da Lapônia, o Kakslauttanen, onde ficaríamos por 4 dias para conhecer a região durante o dia e caçar a aurora boreal de noite.
Com os dias curtos do início do inverno, o tempo fica escasso pois escurece cedo. Nos acomodamos no hotel, fizemos uma sauna finlandesa "a legítima", jantamos no próprio hotel pois não há muitas opções na redondeza e logo começamos a receber sinal indicando alta probabilidade de visualização da aurora boreal pelo aplicativo My Aurora Forecast, no telefone celular. A sorte estava do nosso lado. Naquela noite fomos brindados com o primeiro espetáculo das luzes dançantes. Um show incrível!
Já no dia seguinte, a neblina tomou conta e o sinal de aurora começou a enfraquecer, pois estando nublado a visibilidade cai. Então, aproveitamos para fazer um pequeno trekking no Parque de Kiilopaa, a poucos quilômetros do hotel onde havia muitas renas soltas e visitamos uma fazenda de cães da raça Husky Siberiano. De noite, a aurora apareceu muito fraca, o céu estava encoberto e precisamos encontrar um lugar sem neblina nas proximidades do hotel. Isso é literalmente "caçar a aurora boreal". É preciso ter um carro para esses deslocamentos.
Nos outros dias a aurora boreal se escondeu. Aproveitamos para visitar um povoado saami, o povo indígena da Lapônia. Ainda há ao redor de 8 mil saamis vivendo com seus costumes e língua própria no norte da Finlândia.
Fomos até Nellim um pequenino vilarejo histórico onde moram menos de 200 pessoas, quase na fronteira com a Rússia. Claro, que fomos até a divisa dos dois países para ver como era. Fechado! Com cercas, portões e cadeados. Encontramos aberto o hotel Wilderness Nellim onde paramos para um café. A região é muito deserta. Não há quase nada. Poucas casas e raras pessoas. É surpreendente como a vida se dá num lugar tão frio e tão isolado.
Também visitamos nesse dia o Wild Spirit Park, um mini zoológico com espécies de animais da região cuidados por uma senhora finlandesa que chama cada um dos seus animais pelo nome e interage com todos. Ela tem várias raposas, racoons, lobos, javalis e muitos cães pelos quais é totalmente apaixonada. Cuida de todos com muito carinho e conta apenas com o auxílio de um rapaz. O valor do ingresso é destinado a alimentação dos animais.
Quanto mais ao norte, mais frio e mais isolado. Chegamos a rodar 20 quilômetros sem encontrar nenhuma pessoa sequer. Inclusive há poucos lugares para comer pelo caminho. Além de irmos até a fronteira com a Rússia, também fomos as fronteiras da Noruega e da Suécia e essas sim, eram totalmente abertas. Nem precisamos parar o carro para mostrar documentos.
Mapa da Finlândia.
Optamos por um período em que as temperaturas ainda não estavam muito baixas para conseguir circular confortavelmente de carro: entre - 5 e + 5 graus Celsius. No entanto, esse ano havia pouca neve no início de novembro. Com mais neve o cenário ganha mais fascínio.
Primeira neve da Lapônia no início de novembro.
Como já foi falado no post anterior, chegamos pelo aeroporto de Ivalo num voo da Finnair vindo de Helsinque onde ficamos hospedados por 3 dias no charmoso Design Hotel Klaus K. Ivalo não tem nada que mereça destaque além do aeroporto. Logo pegamos o carro alugado na Hertz e descemos 40 quilômetros em direção ao sul, até chegar no povoado de Saariselkä, onde fica o hotel-iglu mais badalado da Lapônia, o Kakslauttanen, onde ficaríamos por 4 dias para conhecer a região durante o dia e caçar a aurora boreal de noite.
Cabana do hotel Kakslauttanen.
Durante a aurora boreal, as luzes do norte dançam em tons de verde, rosa e roxo no céu.
Foto: www.inarisariselka.fi
Já no dia seguinte, a neblina tomou conta e o sinal de aurora começou a enfraquecer, pois estando nublado a visibilidade cai. Então, aproveitamos para fazer um pequeno trekking no Parque de Kiilopaa, a poucos quilômetros do hotel onde havia muitas renas soltas e visitamos uma fazenda de cães da raça Husky Siberiano. De noite, a aurora apareceu muito fraca, o céu estava encoberto e precisamos encontrar um lugar sem neblina nas proximidades do hotel. Isso é literalmente "caçar a aurora boreal". É preciso ter um carro para esses deslocamentos.
Uma vez encontradas no chão, elas são usadas para fazer lustres e objetos de decoração.
Kamisak é apenas uma das tantas fazendas de cães da raça Husky Siberiano.
Os cães são dóceis e muito tímidos. Eles são treinados para puxar trenós no inverno.
A vida gelada do povo saami.
Fomos até Nellim um pequenino vilarejo histórico onde moram menos de 200 pessoas, quase na fronteira com a Rússia. Claro, que fomos até a divisa dos dois países para ver como era. Fechado! Com cercas, portões e cadeados. Encontramos aberto o hotel Wilderness Nellim onde paramos para um café. A região é muito deserta. Não há quase nada. Poucas casas e raras pessoas. É surpreendente como a vida se dá num lugar tão frio e tão isolado.
Nellim, na divisa da Finlândia com a Rússia.
Também visitamos nesse dia o Wild Spirit Park, um mini zoológico com espécies de animais da região cuidados por uma senhora finlandesa que chama cada um dos seus animais pelo nome e interage com todos. Ela tem várias raposas, racoons, lobos, javalis e muitos cães pelos quais é totalmente apaixonada. Cuida de todos com muito carinho e conta apenas com o auxílio de um rapaz. O valor do ingresso é destinado a alimentação dos animais.
Raposa branca, no Wild Spirit Park.
Quanto mais ao norte, mais frio e mais isolado. Chegamos a rodar 20 quilômetros sem encontrar nenhuma pessoa sequer. Inclusive há poucos lugares para comer pelo caminho. Além de irmos até a fronteira com a Rússia, também fomos as fronteiras da Noruega e da Suécia e essas sim, eram totalmente abertas. Nem precisamos parar o carro para mostrar documentos.
Pelas estradas do norte da Finlândia.
De Saariselkä, o próximo destino-base era Rovaniemi, no Círculo Polar Ártico. Mais conhecida como a Terra do Papai Noel. A distância entre elas é de 250 quilômetros em direção ao sul. O movimento apesar de ainda pequeno é bem maior do que no extremo norte da Finlândia. Saímos de manhã para percorrer os vilarejos com calma e parar onde desse vontade. Afinal, teríamos mais 4 dias para tentar ver a aurora boreal e tempo de sobra para percorrer a região. Passamos por Tankavaara, um vilarejo conhecido pela exploração de ouro. A seguir fizemos uma pausa para um café em Sodankylä. O povoado é pequenino e tem a Velha Igreja de Sodankylä como destaque. Essa é uma das igrejas mais antigas da Lapônia. Foi construída em 1689. Ao lado dela foi construída em 1859 a Nova Igreja.
Velha Igreja de Sodankylä.
Ao dirigir todo cuidado é pouca. As renas adoram atravessar as estradas.
Mais alguns quilômetros e chegamos em Lusto. Uma cidadela mínima e super simpática onde tem uma Mina de Ametista, e nas proximidades, uma fazenda linda de renas e huskies, Pyhä. Muita gente opta pela hospedagem em Luosto por ser próxima de Rovaniemi e por ter preços melhores. Lá também tem um hotel-iglu, o Santa's Hotel Aurora, que não recomendo por ser super apertado entre um prédio enorme e uma floresta de coníferas - para ver a aurora boreal dali só com todos os astros a seu favor.
Luosto.
O fazendeiro e sua rena, em Pyhä.
Fnalmente chegamos ao Hotel-Boutique Arctic Light, em Rovaniemi, escolhido pela internet e um verdadeiro achado. O hotel é novinho, super bem decorado, com serviço atencioso, restaurante excelente e um café da manhã inesquecível. Recomendo totalmente!
Hotel-Boutique Arctic Light, em Rovaniemi.
Lobby do hotel Arctic Light, Rovaniemi.
Café da manhã caprichadíssimo!
Rovaniemi tem quase 60 mil habitantes. É uma cidade relativamente grande para os padrões da Lapônia. Tem um centrinho com lojas e bons restaurantes. Indico o Nili de comida típica finlandesa para experimentar carne de rena e testar o salmão local, o Hoka é mais contemporâneo e o Café 21 é onde se reúne a galera mais descolada em busca de crepes doces e salgados.
Na primeira noite na cidade a aurora nem deu sinal. Dormimos cedo para aproveitar o dia seguinte visitando a Vila do Papai Noel, o Ranua Zoo e o Museu Arktikum.
Rovaniemi.
Santa Claus Village, no Círculo Polar Ártico.
Urso polar no Ranua Zoo.
Pôr do sol em Rovaniemi.
Na segunda noite, o sinal de alerta de aurora boreal foi aumento gradativamente. O concierge do hotel indicou o melhor local da cidade e lá fomos nós em busca da aurora mais linda da viagem. As luzes dançavam para lá e para cá num balé sem fim. Mesmo com a proximidade das luzes da cidade, o céu se exibia em tons esverdeados. Uma sensação indescritível.
Aurora boreal em Rovaniemi.
Em quatro noites na cidade conseguimos ver a aurora boreal em uma apenas. Mas, foi a mais incrível da viagem! Nos dias que seguiram ainda deu tempo de circular pela região que é belíssima. Repleta de lagos e florestas.
Arredores de Rovaniemi.
A Finlândia vai deixar muita saudade. É um país de personalidade forte, paisagens espetaculares e muito frio. Merece pelo menos uma semana de viagem. Vá sem medo do frio. Basta escolher as roupas certas.
Obrigada!
ResponderExcluirQue post/fotos lindas!! Minha viagem "sonho de consumo" para 2017!!
ResponderExcluirUm lugar muito especial, principalmente quando a neve já tiver deixado tudo branquinho.
ExcluirBeijo
Claudia;
ResponderExcluirBoa tarde! Tudo bem?
Quero fazer esta viagem com meu filho, ele esta com 11 anos, e gostaria de ver a Aurora Boreal.
Qual a época do ano voce indica para irmos até lá?
Obrigada!
Parabéns pelo post, Claudia. Muito obrigado pelas dicas.
ResponderExcluirObrigada!
ExcluirEu jamais visitaria lugares que tratam tão mal os animais. Cães tímidos com aquelas correntes no pescoço só sinalizam o quanto esses animais são mal tratados. Estou indo a Rovaniemi, mas não compactuarei com essas práticas. Acho que na descrição da viagem faltou um pouco de senso crítico à forma como esses animamais são tratados.
ResponderExcluirComo vocês se pararam para o frio? Pode passar as dicas de roupas especificas, botas e etc? E onde compraram, pois no Brasil não temos tantas opções eu acho.
ResponderExcluirQuando fui para a Islândia, comprei fleece, casacos corta vento, calça térmica, meias e gorro na Decathlon. Estava com medo de passar frio.
ResponderExcluirOi Gisele,
ExcluirÉ bom usar roupas adequadas.Mas, a Islândia não tem temperaturas tão extremas quanto a Lapônia. Norte da Finlândia é de lascar de frio. Já, a Islândia não costuma passar de -10 no inverno. Uma temperatura tranquila de suportar. :)