SANTA CRUZ, A MECA DO SURF NA CALIFÓRNIA
Não fossem as ondas perfeitas e a proximidade com o Vale do Silício, essa pacata cidade da costa oeste dos Estados Unidos certamente passaria em branco, sem chamar muita atenção. No entanto, esses dois fatores fazem de Santa Cruz um "must go” para quem está transitando pela Pacific Coast Highway, especialmente para os amantes do surf e da tecnologia.
Lighthouse, Santa Cruz.
A partir de San
Francisco, percorremos 120 quilômetros pela Highway 1 e resolvemos dormir uma
noite em Santa Cruz, antes de fazer nossa base em Palo Alto, no Vale do
Silício.
Na estrada San Francisco - Santa Cruz.
Chegamos
na cidade ao entardecer, num dia de mar revolto. A ressaca estava tão forte que
não havia a menor chance de alguém entrar na água. Os surfistas olhavam
desolados as ondas gigantescas invadindo a areia sem piedade, batendo com fúria
nas pedras. Não era um daqueles dias de mar perfeito que atrai gente dos
quatro cantos do mundo em busca dos melhores picos da Califórnia. Mesmo assim,
alguns trajavam seu John – aquela roupa de borracha
para encarar águas geladas – na esperança de que o mar mudasse de ideia, o que não aconteceu.
Para mim – que não entendo nada de surf – o cenário estava lindo.
Mar pesado e céu azul com algumas nuvens de algodão. Saí do hotel, que ficava
de frente para o píer com a intenção de dar uma caminhada. Para vocês terem
ideia do mar que encontrei naquele dia, o píer estava fechado por medida de
segurança. Ele costuma ficar repleto de gente circulando pelas lojinhas e
restaurantes, com leões marinhos dando o ar de sua graça e exalando aquele
perfuminho (não muito bom). Pois vou contar que nem eles estavam encarando a
ressaca. Vale lembrar que o píer é histórico. Foi construído em 1914 para levar
os produtos que vinham nos navios até a linha férrea que chegava ali.
Então, fui dar uma volta pela praia principal – Main Beach – onde
tem um calçadão com um Parque de Diversões que é um ícone da cidade. Tem
montanha russa, roda gigante e vários outros brinquedos de frente pro mar.
De lá, vale explorar a West Cliff Drive. Dá para ir de carro
ou a pé. Recomendo fazer uma caminhada de mais ou menos uma hora indo até
Natural Bridges State Park. O visual que se tem do alto da encosta é lindo, com
rochas recortadas, grandes paredões que encontram prainhas de areia branca.
No caminho tem uma escultura que homenageia os surfistas que tornaram a cidade conhecida, tem o Museu do Surf e um memorial lembrando dos atletas que perderam suas vidas surfando naquela região perigosa. Nos dias em que o mar está com boas ondas, vale a pena dar uma paradinha em Steamer Lane para acompanhar as manobras dos craques nas ondas.
Santa Cruz tem um centrinho simpático, com casas em estilo
vitoriano, um relógio que é a cara da cidade chamado de Town Clock, de 1900,
uma grande marina e uma lighhouse, em East Cliff Drive.
Além disso, Santa Cruz é o endereço de muitas fábricas de pranchas
e roupas para essa galera animada que encara altas ondas e a água gelada do
Pacífico. Haja john para driblar o frio.
A cidade também tem uma vibe tecnológica no ar, uma vez que fica
pertinho do Vale do Silício, como falei acima. Por ter custo de vida mais baixo
do que Palo Alto, Cupertino e San Jose acaba atraindo funcionários das empresas
da região que optam por morar à beira-mar, com melhor qualidade de vida gastando
menos.
Santa Cruz é muito charmosa.
DICAS
Para um bom café da manhã americano tradicional recomendo o Harbour Café.
Para jantar num bom restaurante italiano recomendo o Café Mare.
Se quiser ficar hospedado num hotel simpático com o astral da
cidade, dê uma olhada no Beach Street Inn and Suites, de frente para o mar.
Os melhores points para ondas grandes nessa região são Steamer Lane
(Santa Cruz) e Mavericks (em Half Moon Bay).
Mavericks.
SANTA CRUZ: SIM OU NÃO?
Incluir Santa Cruz no roteiro é uma escolha muito pessoal. Não é uma das cidades mais visitadas da Califórnia. Tudo depende do seu interesse. Para surfistas é imperdível. Para quem quer apenas curtir uma prainha, tem lugares melhores. Se estiver de passagem basta uma manhã ou uma tarde. Para quem tem entre 7 e 10 dias para explorar a Califórnia recomendo deixar para uma outra oportunidade.
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