A DOBRADINHA GORGES DU VERDON E MOUSTIERS-ST-MARIE


Se você é apaixonado por aldeias medievais e por cenários repletos de beleza natural garanto que vai ficar de queixo caído com a dobradinha Gorges du Verdon e Moustiers-St-Marie. Basta dizer que essa combinação de obra-prima da mãe natureza, com o charme de um vilarejo inusitado, formado por casas esculpidas habilmente pelas mãos do homem morro acima é um dos cartões-postais mais espetaculares da França.


O charme de Moustiers-St-Marie em tons neutros.

Ao chegar você se surpreende com o relevo das montanhas rochosas, de desenhos interessantes, cheios de picos em forma de cones. Um ambiente quase “lunar”. Conforme vai circulando pelas estradinhas sinuosas morro acima, consegue entrever no fundo do vale um estreito rio que corre pintado da cor mais verde que existe na face da terra. O rio Verdon. O nome não tem como ser mais apropriado! É de um tom verde profundo e intenso que chega a ofuscar os olhos com tamanha beleza.


No fundo do desfiladeiro corre o rio Verdon.


A beleza dos Gorges du Verdon.

PRIMEIRA PARADA: MOUSTIERS-ST-MARIE

Comece o dia com uma parada sem pressa em Moustiers-St-Marie. O vilarejo é praticamente a porta de entrada para os desfiladeiros e o cânion de Gorges Du Verdon. Ela fica a cinco minutos do parque, escondidinha nas montanhas. Charme maior não tem. Dá para entender perfeitamente o motivo de estar listada entre os vilarejos mais bonitos da França. A aldeia é toda feita de pedras. É pequenina e muito florida nas épocas mais quentes do ano. Foi construída em vários níveis conectados por escadarias e rampas à beira de um riacho. Quando vista de longe parece estar camuflada no meio da paisagem. Foi exatamente por isso que alguns monges Lérins se instalaram nessas grutas ao sair das ilhas próximas de Cannes, no século V e ali construíram um mosteiro ou “moustiers” que nomeia o local.

Moustiers-St-Marie vista da estrada.



Flores enfeitam a charmosa Moustiers-St-Marie.



A Praça da Igreja é o ponto central de Moustiers-St-Marie.

Olhando para o alto da colina, acima da capela de Notre-Dame-de-Beauvoir, você verá uma Estrela de Moustiers presa por longas correntes de ferro. Ela é tão alta que cheguei a pensar que fosse um teleférico. Foi quando me aproximei e prestei atenção que vi se tratar de uma estrela. Então, fui atrás da história para saber porque ela tinha ido parar no topo do morro. E eis que me deparo com uma lenda escrita por um poeta provençal. A lenda diz ter sido pendurada no período da cruzadas por um cavaleiro que foi capturado no século XII e fez a promessa de que se voltasse vivo a sua terra natal penduraria ali uma estrela em agradecimento a Maria. E lá está a estrela. Num lugar quase inacessível. Ou seja, ele felizmente conseguiu sair vivo da encrenca! Depois disso, várias outras estrelas foram substituindo a original. A última delas foi pendurada em 1957 e mede pouco mais de um metro.

Observe a pequenina Estrela de Moustiers acima da Capela Notre-Dame-de-Beauvoir.

A aldeia é muito simpática. Até parece um presépio de Natal pela configuração e pela estrela. Caminhar nas suas ruelas estreitas repletas de cafés, restaurantes e lojinhas provençais é puro deleite. Aliás, Moustiers-St-Marie é famosa pela fabricação de faiança, um tipo de cerâmica esmaltada feita com pó de pedra. Preste atenção nas vitrines e visite o Museu da Faiança. Se tiver energia suba a escadaria que leva a Capela Notre Dame de Beauvoir e garanta um super visual do vale.

A faiança é a marca registrada de Moustiers-St-Marie.

Depois de muito sobe-e-desce faça uma pausa para descansar num dos tantos cafés, bares ou restaurantes simpáticos de Moustiers-St-Marie.

PELOS GORGES DU VERDON

Então, o próximo passo é conhecer os Gorges du Verdon ou Desfiladeiros du Verdon com mais de 25 quilômetros de extensão e altura de até 700 metros. Há dois passeios para se fazer pela região. Um deles é ir de carro até o Lac Ste-Croix du Verdon, na base náutica chamada de L’Etoile e alugar um barco elétrico, caiaque ou pedalinho para passear pelo cânion e pelo lago. Absolutamente imperdível! De uma paz e de uma beleza celestial. Foi um dos pontos altos da viagem de três semanas que fizemos pela Córsega, Provence e Cote D’Azur. Alugamos um barco elétrico por uma hora por 40 euros para 4 pessoas. Se preferir se exercitar, o pedalinho para 4 pessoas custa 20 euros e o caiaque para dois custa 15 euros.

De barco elétrico no Lac Ste-Croix du Verdon.

O outro passeio é seguir a rota panorâmica pelas estradas D952, D955 e D71 que serpenteiam os penhascos por cenários deslumbrantes e de onde é possível fazer trilhas que partem de La Palud-sur-Verdon ou de Point Sublime, visitar algumas aldeias como Castellane e La Palud ou simplesmente curtir o visual dos tantos belvederes como o Balcons de Mescla e Pont de l’Artuby.

Muitos belvederes dão vistas privilegiadas dos desfiladeiros e do cânion de Gorges du Verdon.

HORÁRIOS PARA ALUGAR BARCO, CAIAQUE E PEDALINHO NO LAGO

Abril, maio, junho setembro e outubro: das 10h até 16h30 durante a semana e das 9h30 às 17h nos finais de semana. Barco elétrico apenas das 11h às 16h.

Julho, agosto: das 9h até 18h30. Barco elétrico das 11h às 16h.

*Vale lembrar que se o tempo estiver ruim, não há aluguel de equipamentos. 


RELEMBRANDO O ROTEIRO

Esse foi o roteiro do nosso quinto dia na Provence. Um dia inesquecível que ainda contou com uma parada nos campos de lavanda, girassol e trigo nos arredores de Valensole antes do retorno a Aix-en-Provence.

No primeiro dia visitamos as cidades de Loumarin, Apt, Bonnieaux, Gordes e Roussilion e os campos de lavanda de Sault, na região do Luberon.

No segundo dia visitamos St Rémy, ruínas de Glanum, Les Baux e assistimos ao espetacular show multimídia Carrières du Lumières.

No terceiro dia visitamos a cidade dos papas, Avignon.

No quarto dia estivemos nas cidades dos moinhos Fontaine de Vaucluse e Isle sur LaSorgue

Nossa base para essa semana por indicação de amigos que moram na Provence foi acertadamente a cidade de Aix-en-Provence. Uma viagem perfeita para ser feita do final de junho ao início de agosto, época da floração dos campos de lavanda. Mas fique atento e programe-se com boa antecedência pois é altíssima temporada.

Girassol, lavanda e trigo lado a lado nos arredores de Valensole.

Uma festa para a alma.

 LEIA TAMBÉM

Os moinhos de Fontaine de Vaucluse e Isle sur la Sorgue.

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COMENTÁRIOS

  1. Que fotos maravilhosas Parabéns
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  2. Oi! Adorei o post, parabéns! Estou pensando em fazer essa viagem em meados de junho e me surgiu uma dúvida. Vocês fizeram o percurso de carro? A estrada é tranquila? Li em alguns lugares que sim, e outros que era assustadoramente estreita e íngreme. Muito obrigada desde já!

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