ROTEIRO PARA EXPLORAR A ISLÂNDIA NO INVERNO
Relaxar em lagoas de água geotermal, ir a praias de areia
preta vulcânica, caminhar em geleiras, tocar icebergs, enfrentar tempestades de
neve, conhecer quedas d’água imponentes, ver baleias, caçar aurora
boreal e suspirar com os esguichos dos gêiseres são apenas algumas das
surpresas que a Islândia guarda para você. É um lugar mágico e abençoado pela
natureza. Vem comigo conhecer essa pequena ilha de energia vibrante.
Visitei a Terra do Gelo na segunda semana de fevereiro de
2018, no alto do inverno. O país estava coberto de neve de ponta a ponta. Lindo
e assustador. Enfrentei as piores tempestades de neve dos últimos 30 anos
com rajadas de vento fortíssimas. Vivi grandes emoções. Sabe aquela frase do
texto Filtro Solar que diz: “...faça alguma coisa que te meta medo”. Pois é.
Senti medo.
Islândia, Terra do Gelo, o nome diz tudo.
A CHEGADA
Voei do Brasil até Londres de British Airways e de lá faria
uma conexão para Reykjavik. No entanto, naquele dia, todos os voos foram cancelados
devido às tempestades. Precisei ficar em Londres. Perdi um dia fundamental de
viagem que acabou atrapalhando um pouco meu roteiro.
No dia seguinte o voo saiu. Não de British, mas de
Icelandair, num avião bem maior, com escala em Manchester.
Só passa por isso quem viaja.
Ao chegar na Islândia, pela janela do avião, apenas neve e mar.
ROTEIRO DE UMA SEMANA NO SUL DA ISLÂNDIA
Dia 1: Embarque no Rio de Janeiro com destino a Londres.
Dia 2: Embarque em Londres com destino a Reykjavik. Chegada
no aeroporto de Keflavic. Aluguel de carro na empresa Go Iceland. Check in no
charmoso Hotel 101 no centro de Reykjavik, a capital mais setentrional do mundo.
Caminhada do hotel até a rua principal para ver o comércio local e então até a
igreja de Hallgrimskirkja, com o formato da proa de um navio viking. Dá para
subir na torre para ver a cidade do alto. Visita ao Museu Nacional da Islândia, ao belíssimo Teatro Harpa com suas linhas modernas e painéis
coloridos, praça do Parlamento, Catedral de Reykjavik (que não é a famosa
Hallgrimskirkja), parada rápida na Casa Höfoi onde Ronald Reagan e Gorbachev
negociaram o fim da Guerra Fria em 1986, caminhada pelo porto,
pela marina, sobre o lago congelado, visita ao Perlam. Para fechar o dia cheio, jantar no italiano Jamie’s Italian dentro do tradicional hotel Borg, em frente a Casa
do Parlamento. A cidade tem muitos restaurantes charmosos. Vale lembrar que o
cachorro quente mais famoso de Reykjavik fica perto do teatro e se chama Baejarins
Beztu. É feito com carne de ovelha temperada com cerveja.
Dia 3: Bate e volta ao Círculo Dourado. Esse é um passeio
clássico na Islândia para ver os gêyseres do Vale Haukadalur, a Cachoeira
Gulfoss cujas águas vem da geleira Langjokull, o Parque Nacional de Thingvellir
onde é possível caminhar numa fenda que separa as placas tectônicas que dividem
Europa e América. Quando o clima permite também dá para ir a cratera do vulcão Kerid. O trajeto de ida e volta é de
aproximadamente 300 quilômetros. De volta a Reykjavik, jantar no Essenza, restaurante
delicioso do Hotel 101.
Gulfoss.
Dia 4: Saímos cedo de Reykjavik em direção a Hella com a
intenção de dormir mais adiante. A forte tempestade de neve nos roubou a
visibilidade já no início da viagem e encheu a estrada de neve. Os 90
quilômetros que deveriam ser feitos em uma hora levaram mais de 3. O carro não passava
dos 30 quilômetros por hora. Não conseguíamos ver nada durante o trajeto além
de rajadas fortíssimas de neve. Exaustos e tensos resolvemos ficar no hotel
Stracta por segurança. A intenção era seguir até Vik. Não deu. Então comemos um
cachorro quente no posto de gasolina que era até onde o carro podia ir, e
diga-se de passagem, delicioso! A partir desse ponto, a estrada estava
bloqueada conforme sinalizava o site www.road.is
Ligamos para o número 1777 e fomos orientados a não pegar estrada a
partir desse ponto. De volta ao hotel fizemos sauna, rolamos na neve e pulamos
na jacuzzi. Nos divertimos como deu. Jantar no hotel pois a cidade é muito
pequenina.
Hotel Stracta, em Hella.
Dia 5: Antes de sair do hotel com destino a Vik cadastramos
o carro no site www.safetravel.is
ligamos para o número 1777 e aguardamos a tempestade acalmar conforme
orientação dada pelo telefone. Esse trecho de estrada Hella – Vik tem apenas 80
quilômetros e muitas coisas para se ver. Paramos em algumas fazendas de cavalos
islandeses, conhecemos a cachoeira Seljalandsfoss (dá para andar por trás dela
quando o clima está tranquilo – não deu), fizemos uma caminhada na geleira Sólheimajökull,
visitamos a cachoeira Skógafoss onde conseguimos subir o drone (única vez durante
a viagem toda por causa do vento). Ainda pensamos em ver o tal avião Dakota
Wreck, que caiu numa praia de areia preta durante a Segunda Guerra Mundial, mas a
caminhada era de 45 minutos para ir e mais 45 para voltar e o tempo estava
virando. Não fomos. Paramos em Vik para um café e seguimos até a minúscula
Kirkjubaejarklaustur, no hotel Icelandair. Jantamos no único restaurante da cidade. Sopa e
um peixe delicioso.
Seljalandsfoss.
Dia 6: De Kirkjubaejarklaustur tínhamos a intenção de seguir até
Jökulsarlón para ver a famosa Lagoa de Icebergs com pedras de gelo que se desprendem
do glaciar Vatnajökull, caminhar pela Diamond Beach e dormir em Hofn para ver a
aurora boreal e então retornaríamos no dia seguinte para Grindavik, onde fica a
Blue Lagoon. Mas, a tempestade piorou e não conseguimos passar. Ligamos para o
número 1777 e recebemos a orientação de aguardar no hotel até 11 horas da manhã
e não prosseguir na direção leste. Resultado: perdemos o gran
finale e tivemos que voltar de Kirkjubaejarklaustur para Grindavik. Foi um dia inteiro de
estrada e muita tempestade. Tentamos parar na praia de areia preta de Vik e a
estrada estava bloqueada com carros e ônibus atolados. Aliás nós também
atolamos na neve em Vik. Chegamos de noite em Grindavik tensos e exaustos!
Dormimos duas noites no hotel Northern Lights.
Jökulsarlón.
Dia 7: Acordamos com calma no hotel Northern Lights, tomamos
café e passamos a manhã toda na lagoa do Hotel Sílica. Almoçamos no restaurante
Lava do Blue Lagoon. Ainda sobrou um tempo para retornarmos a Reykjavik. De noite fomos presenteados com uma bela aurora boreal
mais do que merecida.
Dia 9-10: Mais um pouquinho de Londres para relaxar com direito
a Afternoon Tea e mega vista no Shangri-La, At The Shard.
Dia 11: Voo Londres – Rio.
Quero voltar para a Islândia no verão para ver
novamente esse cenário mágico,
mas dessa vez emoldurado pelo Sol da Meia Noite.
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Segui a sua viagem no Instagram, o que teria feito no dia que perdeu na Islândia?
ResponderExcluirOlá! Teria ido até Jokulsarlon. Não consegui chegar pois as tempestades de neve me traíram. rsrs
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