ROTEIRO HISTÓRICO NO CORAÇÃO DO SRI LANKA

O Sri Lanka é um verdadeiro tesouro. Não foi por acaso que Marco Polo disse ser uma das ilhas mais belas do mundo! Surpreende não só pelas praias, pela vida selvagem incrível, pela hotelaria, por ter um dos melhores chás do mundo, mas também por sua história. Foi exatamente no centro dessa pequena ilha asiática que a civilização cingalesa nasceu e floresceu entre os séculos IV a.C. e XIII d.C. Depois disso, com as constantes invasões do povo tâmil, a região acabou sendo abandonada e a floresta tropical tomou conta, uma história que me fez lembrar do Camboja. No século XX, as antigas cidades de Anuradhapura, Polonnaruwa e Sigiriya foram reencontradas e agora continuam contando sua história no chamado Triângulo Cultural, que vai de Dambulla até Kandy.

É verdade que o calor castiga nessa parte central do país. Mas com tanta história espalhada por palácios, monastérios, estupas e templos, quem liga?

1) Vamos começar por Anuradhapura, fundada em 377 a.C. A cidadela foi a primeira capital do Reino do Ceilão, durante quase 1.500 anos e chegou a ter mais de 10 mil monges. É um local importante para os budistas com muitos templos, estupas, palácios, jardins, grutas e é lá que está a Figueira Sagrada. Reserve um dia inteiro para visitar o complexo que foi declarado Patrimônio Mundial da Unesco. Muita gente opta pela bicicleta para percorrer os 40 quilômetros quadrados de Anuradhapura, mas com o calor, eu não recomendo. Vá de carro, com ar condicionado!

2) Muitos anos depois, a capital foi substituída de Anuradhapura para Polonnaruwa (de 1056 a 1215). E essas são outras ruínas que merecem entrar no roteiro, pois acompanharam uma fase exuberante e artística do reino. O complexo é bem menor do que o anterior, mesmo assim é enorme e muito rico. Visite o Palácio Real, os Banhos Reais, os templos, os mosteiros e as estátuas de Buda em várias posições, talhadas em pedra. Esse sítio também é considerado Patrimônio Mundial pela Unesco. Espetacular!

Local sagrado chamado de Quadrangulo, em Polonnaruwa.

3) Esteja preparado para caminhar por jardins onde já foi um imenso complexo de distribuição de água e subir mais de 700 degraus se quiser conhecer as ruínas do Palácio de Sigiriya, no topo da Rocha do Leão, a maior atração do país. Estranha é a história desse reino que surgiu de modo torto, no século V. no topo de uma rocha de 375 metros de altura, chamada de Lion’s Rock, quando o terrível Kassyapa - nome conhecido por lá – matou seu pai para tomar o poder. Ele governou o reino por 18 anos, mas claro que teve que se refugiar num lugar de difícil acesso para não ser capturado. Fez um palácio nas alturas. O projeto é incrível! Tem a forma de um leão, daí o nome Rocha do Leão. A escadaria de entrada começa entre as patas gigantescas do leão. Depois do desafio de chegar ao topo da rocha por uma escadinha rudimentar que passa por galerias com pinturas de deusas, ninfas e rainhas, o queixo cai. Primeiro, com a vista da planície a perder de vista, pontilhada de estátuas imensas de Buda entre a vegetação. E, também de imaginar como construiram uma fortaleza sobre aquela rocha imensa e lisa, praticamente sem acesso, há 2.500 anos, e ainda conseguiram a proeza de morar lá em cima. Hoje restam apenas os vestígios do que um dia foi um grande e insano complexo com jardins, fontes, piscinas reais, palácio e monastério. Esse é outro Patrimônio Mundial da Unesco.

Duas patas imensas sinalizam onde começam os 700 degraus para chegar ao topo da rocha.

4) Visite também o incrível complexo do Templo de Dambulla, com cinco templos sendo um deles dentro de uma caverna.

Dambulla.

Muita gente chega ao Triângulo Cultural a partir da capital Colombo, de trem ou hidroavião da Cinnamon Air. Eu comecei a viagem por Colombo, mas fui para a costa sul do Sri Lanka, Parque de Yala, plantações de chá de Hatton e finalizei no centro histórico. No trajeto de carro com motorista entre Hatton a Sigiriya (onde fiquei hospedada no fantástico hotel Sigiriya Water Gardens) fiz uma parada em Kandy. Ela é uma das maiores cidades do Sri Lanka e é onde fica o templo mais sagrado do país, o Templo do Dente de Buda. Imperdível! 

Templo do Dente de Buda, em Kandy.

Vale também visitar o Jardim Botânico de Kandy, um dos mais antigos do mundo e o Orfanato de Elefantes de Pinnewala, nas redondezas. No mês de julho Kandy tem um festival que atrai milhares de peregrinos, com elefantes enfeitados e muitos dançarinos.

Os macacos são presença constante no Jardim Botânico de Kandy.

Jardim Botânico de Kandy.

Fiquei duas noites no hotel Water Gardens Sigiriya e poderia ter ficado três porque a região é linda e o hotel é incrível. Cada apartamento ocupa um chalé enorme. Eles são super bem decorados, com tudo novinho em folha. O restaurante é excelente. Da piscina se pode ver a Lion’s Rock e pavões selvagens circulam pelo hotel livremente. Um lugar adorável.

MEU ROTEIRO COMPLETO NO SRI LANKA

Dia 1. Colombo – Hotel Shangri-La Colombo

Dia 2. Colombo – Hotel Shangri-La Colombo (visita a cidade de Colombo)

Dia 3. Colombo – Hambantota de carro (4 hs e 30 min de estrada) – Hotel Shangri-La Hambantota (safari rio Walawe para ver crocodilos, macacos, morcegos e pássaros)

Dia 4. Hambantota – Hotel Shangri-La Hambantota (safari Udawala National Park para ver elefantes e acompanhar a hora das mamadeiras dos filhotes órfãos)

Dia 5. Hambantota a Yala National Park (1 h de carro) – glamping no Wild Coast Tented Lodge (safari para ver leopardos, elefantes, ursos, javalis, búfalos...)

Dia 6. Yala a Hatton (5 hs de carro) – hotel Ceylon TeaTrails

Dia 7. Hatton – hotel Ceylon Tea Trails (visita as fábricas de chá e plantações)

Dia 8. Hatton – Sigiriya (9 hs de carro parando em Kandy e Dambulla Temple) – hotel Water Gardens Sigiriya

Dia 9. Sigiriya – Hotel Water Gardens Sigiriya (visitar Lion's Rock, ruínas de Anuradhapura)

Dia 10. Visita a Polonnaruwa antes de pegar o hidroavião para retornar a Colombo e então voar para Dubai.