SAIBA A MELHOR MANEIRA DE FAZER A TRILHA DA PEDRA BONITA

O primeiro murmúrio que escapa dos lábios quando a trilha se abre sobre a Pedra Bonita é "uau"! O ritmo dos pés diminui a velocidade, os olhos saltam de um lado para outro sem saber o que registrar primeiro e um sorriso, totalmente incrédulo, invade a alma com a beleza da paisagem. Então, vem a certeza de que Deus é brasileiro e o apelido de "Cidade Maravilhosa" imediatamente se traduz.

Do grande platô de pedra, que dá nome à Pedra Bonita, se vê o bairro de São Conrado, Morro Dois Irmãos, Lagoa Rodrigo de Freitas, Pedra da Gávea, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Floresta da Tijuca. Simplesmente, de tirar o fôlego. 

A aventura começa em São Conrado, mais precisamente na Estrada das Canoas. Uma pequena estrada vicinal leva até a entrada da trilha da Pedra Bonita e à rampa de voo livre, de onde partem as asas-delta e os parapentes que pousam na Praia do Pepino. Interessante que o caminho ainda tem o calçamento original em pedras tipo pé-de-moleque, pois antigamente havia muitas propriedades que cultivavam flores e alimentos na região, mas foram sendo abandonadas. 

Em 1960, a área foi anexada ao Parque Nacional da Tijuca, que hoje é dividido em três setores: Floresta da Tijuca, Serra da Carioca e Pedra Bonita/Pedra da Gávea. Aliás, o guia Lonely Planet indica como o melhor lugar do mundo para caminhadas em floresta urbana.

O percurso da Trilha da Pedra Bonita leva em torno de 40 minutos, tem ao redor de 1,5 km morro acima atingindo uma altitude de 693 metros. A trilha é bem definida, na sombra das árvores, um pouquinho íngreme, classificada como leve. 

Para agilizar a chegada (uma vez que o estacionamento oficial mais próximo ao portão de entrada fica a mais de um quilômetro), e para fazer a trilha com conforto e segurança, fiz uma parceria com a Passion Brazil, uma empresa de turismo focada em levar os brasileiros a descobrirem as belezas do próprio país. 

Antes de entrar no carro, passei pelos protocolos de higiene, incluindo verificação de temperatura e oxigenação, limpeza das mãos com álcool em gel, colocação de máscara e face shield (exigidos para quem circula pelo parque desde sua reabertura). 

O motorista e o guia foram extremamente gentis. Tiago, o guia expert em trilhas, acompanhou a subida contando fatos históricos e curiosidades sobre a região. Sem nenhuma pressa, respeitou nosso tempo, tirou muitas fotos e esperou pacientemente todo o nosso deslumbramento acalmar.

Vale curtir o visual com calma, sentar nas pedras, respirar as boas energias, meditar! É uma das trilhas mais estarrecedoras do Rio. 

E como já dizia minha avó: "para baixo todo santo ajuda". Em 20 minutos, depois de passar por vários bandos de macacos fazendo algazarra na mata, o motorista nos esperava no portão. 

Destino final: Lagoa Rodrigo de Freitas, onde um piquenique nos esperava, prontinho, caprichado, na sombra de uma árvore frondosa.

Como não amar? Suco, água, sanduíches, frutas frescas, quiche e até um champagne no gelo. Vai dizer que ser mimado não acalanta o coração? 

Não tem como negar, o Rio de Janeiro é uma das cidades mais bonitas do mundo. Tem o privilégio de ser recortado por praias, de ter uma lagoa belíssima e a maior floresta urbana do mundo, aninhada no seu coração.

O Rio se basta nesse momento de pandemia em que as férias entraram no modo "staycation". Ops. Sabe o que significa isso? É a mistura das palavras stay (ficar em casa) + vacation (férias). Ou seja, uma aglutinação gringa, cheia de charme para evitar os riscos de aglomerações desnecessárias em tempos de isolamento.

Vamos combinar que "turismo em casa" é alegria garantida para os cariocas. Mas, se você é de outro estado e quer chegar de mansinho, com responsabilidade, seja bem-vindo!

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