ENFIM ÁFRICA
Nem sempre temos controle sobre os caminhos que a vida aponta. Em março de 2020, eu estava com a mala pronta para a África, quando o mundo parou. A companhia aérea me ligou 3 horas antes do embarque comunicando o cancelamento do voo em função da pandemia. Claro que fiquei frustrada, afinal o roteiro tinha sido desenhado com tanto empenho: Zâmbia, Zimbábue, Botsuana e África do Sul. Sonho adiado...
Dois anos se passaram, o mundo voltou a respirar aliviado e então a África passou novamente a povoar meus pensamentos. Em setembro de 2022 a viagem aconteceu contemplando outros dois países além dos que já estavam previstos: Tanzânia e Ruanda. Foi uma viagem de um mês que coincidentemente veio para celebrar meus 60 anos.
Compartilho com vocês o ROTEIRO COMPLETO de uma das viagens mais espetaculares e transformadoras da minha vida.
DIAS 1 - 2. Voo Rio – São Paulo – Doha (Qatar)– Kilimanjaro (Tanzânia). Tipo volta ao mundo. Bem cansativo, pois no momento não há mais voos diretos do Brasil para a África do Sul. Então, optei pela Qatar Airways por ser uma das melhores companhias aéreas do mundo. Foram praticamente dois dias para chegar. Além disso, eu ainda tinha um voo de uma hora, com a Coastal, num aviãozinho monomotor de 12 lugares até Seronera, seguido de um transfer de uma hora em Toyota 4x4 pelo Parque Nacional do Serengeti até chegar ao espetacular Four Seasons Serengeti. Ufa! Cheguei no paraíso.
DIAS 3 – 4 – 5 – 6. FOUR SEASONS SERENGETI. A sorte estava do meu lado. Tive o privilégio de presenciar a Grande Migração quando milhares de gnus, zebras, impalas e muitos outros animais se locomovem por uma rota circular entre Quênia e Tanzânia em busca de água e comida. É um dos maiores espetáculos da vida selvagem na Terra. Na Tanzânia fiz safáris inacreditáveis em carro 4x4 fechado, voei de balão, visitei uma tribo Maasai e curti muito o hotel que tem uma piscina belíssima exatamente em frente ao lago onde os animais vem beber água.
DIAS 7 - 8 - 9. Novamente voei de Coastal, mas dessa vez foram 3 voos para ir do aeroporto de Seronera (Tanzânia) até Kigali (Ruanda). Pousos em pista de terra e grama. O interessante é que pela janela do avião pude ver os animais em plena rota de migração atravessando o rio Mara. Daqueles momentos que fazem a gente entender que o caminho é parte da viagem. Entre subidas e descidas foram aproximadamente 3 horas até chegar em Kigali, onde fiquei hospedada no hotel The Retreat para conhecer a cidade, que é organizada e limpíssima, e o Memorial do Genocídio. No dia seguinte saí do hotel as 5 horas da manhã com destino a um dos meus grandes sonhos: fazer um trekking com os gorilas em Volcanoes Park. A estrada é excelente. Foram duas horas sem desgrudar os olhos das vestimentas coloridas das pessoas que caminhavam pelo acostamento em direção aos mercados, carregando mercadorias na cabeça. Um show! Antes das 8 eu já estava pronta para procurar a família de Agashya, no encontro que seria um dos mais emocionantes da viagem. A caminhada foi puxada, duas horas montanha acima, mas valeu cada segundo. Depois fui direto para o hotel Singita Kwitonda, na entrada do parque, um dos hotéis mais espetaculares que já tive o privilégio de conhecer na vida. Impecável de A a Z.
DIAS 10 – 11 - 12 - 13. Encarei um voo longo de Kigali (Ruanda) até Adis Abeba (Etiópia) com a Ethiopian Airlines, seguido de um trecho com a Fastjet até o aeroporto de Victoria Falls (Zimbábue). De lá, atravessei a fronteira até a Zâmbia de carro. Foram 3 dias inesquecíveis no hotel Tongabezi, debruçado sobre o rio Zambezi, recheado de hipopótamos, com direito a visitar uma escola, fazer um walking safari em busca dos rinocerontes brancos e mergulhar na Devil’s Pool, uma das aventuras mais loucas da África, numa piscina natural à beira da Vistoria Falls, uma das cascatas mais furiosas do mundo. Na última noite, tomei o rumo da ilha de Sindabezi de barco e dormi numa tenda ouvindo ao longe o rugido dos leões e dos hipopótamos.
DIAS 14- 15 - 16. De carro, atravessei de volta a fronteira para retornar ao Zimbábue, tendo visto que possibilitava dupla entrada e passei dois dias no espetacular Victoria Falls River Lodge, às margens do rio Zambezi cercada de elefantes e hipopótamos. O hotel tem perfil familiar, é contemporâneo e extremamente luxuoso. Uma experiência fantástica.
Conte com minha experiência para planejar sua viagem. Entre em contato pelo email claudia@viajarpelomundo.com. Seu roteiro será personalizado e organizado por mim em parceria com uma agência de luxo da minha confiança. Enquanto eu faço a curadoria, a agência cuida de toda a operação oferecendo suporte 24 horas por dia.
DIAS 17 - 18 - 19. Próxima parada: Botsuana. Dessa vez a sequência de voos foi com Fastjet e Mack Air. Essa viagem precisa de muita organização para que o quebra cabeça se encaixe com perfeição. Em Botsuana dividi a experiência entre dois hotéis espetaculares do Belmond Safaris. O primeiro deles foi o Savute Elephant Lodge, um luxo no Parque Nacional de Chobe. Um parque gigantesco, com safaris em Toyota 4x4 aberta onde presenciei cenas fortes, ao estilo raiz. Vi a Lei da Selva se fazendo cumprir na prática. Quando o dia caía, da varanda da minha tenda luxuosa, o espetáculo do pôr do sol era acompanhado por dezenas de elefantes.
DIAS 20 – 21 - 22. Outro voozinho em monomotor com a Mack Air e cheguei ao Eagle Island. Havia um elefante na pista. O motorista do carro precisou afastar o animal para o pouso acontecer. Surreal. Foram 3 dias inacreditáveis, de tão especiais. Eu nem precisava sair do quarto para ver os animais vivendo seu dia a dia. Elefantes, búfalos, leões, leopardos, zebras, girafas, babuínos, antílopes, gnus, crocodilos. Todos ao alcance dos olhos sem nenhum esforço. Fiz safari de mokoro pela primeira vez. Uma espécie de canoa empurrada por uma vara de madeira. A despedida de Botsuana foi difícil. A equipe do hotel ficará para sempre no meu coração.
DIAS 23 – 24 - 25. De Botsuana foram outros dois voos - Mack Air e Airlink - até chegar na África do Sul. A Cidade do Cabo foi extremamente acolhedora. A hospedagem foi no hotel The Silo, do grupo The Royal Portfolio, um dos mais aclamados da África, com vista para Table Mountain e para as docas. A cidade é relativamente tranquila e segura. Optei pelo Uber para os deslocamentos e foi perfeito.
DIAS 26 - 27 - 28. Tomei o rumo das vinícolas da África do Sul, Cape Winelands. Um must see! Fiquei hospedada no elegante La Residence, em Franschhoek, antiga casa de Phil e Liz Biden, os proprietários do grupo The Royal Portfolio. Simplesmente fantástico. Eis uma região da África do Sul que merece entrar no seu radar.
DIAS 29 – 30. De volta a Cidade do Cabo descansei por dois dias no histórico Belmond Mount Nelson antes de fazer o longo trajeto de retorno ao Brasil. O hotel é um ícone na cidade. As acomodações são simplesmente cinematográficas. Daquele tipo de hotel que não dá vontade de sair. Minha única aventura fora do hotel foi a subida de teleférico ao topo da Table Mountain num dia ensolarado e sem vento, digno de nota.
DIAS 31. Retorno. Foram dois dias dedicados a longos voos e muitos suspiros de saudade.
Só me resta dizer que essa foi uma das viagens mais marcantes da minha vida. Chego aos 60 anos com muitas histórias para contar sobre os 112 países por onde passei. Vivi momentos de aprendizado, crescimento e transformação. Viajar para mim significa ampliar o olhar, valorizar as coisas mais simples da vida, receber sorrisos genuínos de quem cruza meu caminho, ensaiar palavras ditas com pouca habilidade em idiomas desconhecidos e guardar as melhores lembranças que o mundo pode me presentear. Obrigada África por tanta riqueza.
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Arrasou mulher 😍😍😍😍😍
ResponderExcluirTexto lindíssimo. Agora devem estar a caminho os detalhes de cada etapa dessa viagem inesquecível 🥰🥰🥰🥰
ResponderExcluirObrigada
ExcluirEm breve relatos detalhados sobre todos os destinos visitados nessa última viagem. :)
Sempre a mais competente! Muito obrigada por esse relato r dicas preciosas!
ResponderExcluirErika querida. Beijos
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