ATRAVESSANDO O ALTIPLANO PERUANO

Definitivamente, o Peru não se limita ao misticismo de Machu Picchu, às cores de Cuzco e aos sabores de Lima. Vai muito além. Para aguçar os sentidos e voltar no tempo sugiro uma jornada de carro por uma das rotas mais altas do mundo, capaz de trazer descobertas históricas e culturais pelas paisagens deslumbrantes que vão de Arequipa ao espetacular Lago Titicaca, passando pelo Vale del Colca, onde habita o gigante Condor-dos-Andes.


Arequipa.

A CIDADE BRANCA

 

Ainda pela janela do avião, Arequipa saltou a 2.300 metros de altitude feito um clarão na paisagem desértica justificando o apelido de “Cidade Branca”.  Mas, aquelas fachadas coloniais branquinhas do centro histórico me causaram certa estranheza. Como pedras vulcânicas podem ter outra cor senão preto?

 

É que Arequipa fica ao sul do Peru, em um vale da Cordilheira dos Andes cercado pelos vulcões Chachani, Pichu Pichi e El Misti, considerados seus guardiões. Há mais de dois milhões de anos eles entraram em erupção cobrindo o vale de ignimbrito, uma “rocha de nuvem ardente”. A cor quase branca e rosada se deu pelo simples fato de que o material expelido era poroso e tinha uma composição química que ao interagir com os vapores vulcânicos produziu grande quantidade de pedra silhar em tons claros.


Deu branco!

DOS INCAS AOS ESPANHÓIS 

 

Arequipa foi fundada em 1540 pelo espanhol Francisco Pizarro, onde havia um antigo povoado inca. A tal pedra silhar foi utilizada na construção da Plaza de Armas, no Monastério de Santa Catalina e em tantas outras edificações do centro colonial sendo a responsável por incluir Arequipa na lista dos Patrimônios Históricos da Humanidade pela Unesco. Afinal, essas rochas até existem em outros lugares do planeta, mas apenas no Peru foram usadas para construir casas.


Plaza de Armas.

Curiosamente, fui até uma das mais de 15 pedreiras ativas da região na Rota do Silhar e vou confessar que nem esperava muito dessa visita. Qual não foi minha surpresa ao encontrar um senhor de 68 anos, mestre Sabino, cantarolando e trabalhando sozinho. Dono de uma simpatia sem fim, ele convidou a descer do carro para ver como cortava manualmente as pedras. Um trabalho muito duro que lhe rende um salário mínimo peruano ao mês para entregar a uma cooperativa local 200 pedras na medida padrão: 50 x27x17cm. Primeiro ele seleciona de onde será retirado o bloco para fazer as pedras. Depois, começa a cortar os silhares colocando cunhas em pontos certeiros para que a pedra se parta, no tamanho exato, com apenas uma martelada. Por fim, ajusta os detalhes para que a peça fique perfeita. Não tem nada de fácil nessa técnica que vem sendo passada de geração em geração há mais de cinco séculos aos pés dos vulcões. A Rota Silhar foi aberta ao público em 2006 e em 2014 o processo de retirada das pedras foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Peru.


Rota Silhar.
 

Dali segui um pequeno trecho na direção noroeste para alcançar as Canteras de Anashuayco, nas cercanias do vulcão Chachani. O local se transformou em um canteiro de arte a partir do momento em que os trabalhadores das pedreiras começaram a moldar as rochas em vez de cortá-las, dando vida a grandes esculturas. 


Canteras de Anashuayco.

O grande destaque é a fachada de uma igreja incrustada na rocha que faz lembrar Petra, na Jordânia. A poucos metros dali fiz um trekking de dois quilômetros pelo cânion de Culebrillas, onde o silhar se encarregou de desenhar curvas e relevos espetaculares que guardam em suas paredes inúmeras pinturas rupestres deixadas pelos antigos povos da região para contar histórias. 


Culebrillas.

Foi ali que estabeleci minha primeira conexão com Arequipa e me encantei pela terra natal do escritor – prêmio Nobel de Literatura - Mario Vargas Llosa, na segunda maior cidade do Peru, depois de Lima

 

Mesmo sendo uma cidade grande e movimentada, o centro histórico remete a uma volta no tempo. A Plaza de Armas, considerada a mais bonita do país, é onde pulsa o coração de Arequipa. Seus jardins verdejantes se fundem com a arquitetura colonial de edificações simétricas adornadas por arcos e balcões que cercam três lados da praça. No outro lado está a imponente Basílica Catedral de Arequipa, em estilo neoclássico. A igreja foi construída no século XVII, passou por diversos terremotos e foi reconstruída várias vezes, tendo duas torres. No seu interior os destaques ficam por conta do púlpito, da escultura de madeira dos 12 apóstolos e do órgão belga de 12 metros de altura, um dos maiores da América Latina. Sua fachada em silhar branco ornada com colunatas em mármore de Carrara ganha tons dourados espetaculares ao pôr do sol.


Catedral de Arequipa.

A praça é cheia de vida. Há um grande vai e vem de moradores e turistas pelas ruas do centrinho nos mercados, museus, igrejas, restaurantes e nas tantas lojinhas que vendem artesanato, roupas e pashminas feitas com lã de vicunha e alpaca. Perto dali, vale visitar o complexo La Compañia de Jesus - com um portal esculpido em pedra que é uma verdadeira obra de arte do século XVII, altar-mor folheado a ouro e uma cúpula espetacular decorada com pinturas de vegetais e aves. Infelizmente, a cúpula não pode ser fotografada.


La Compañia de Jesus. 

A três quarteirões da praça, o Monastério de Santa Catalina é outro tesouro de Arequipa na forma de um minicidade dentro da cidade. O convento que data de 1579, ocupa uma área imensa de 20 mil metros quadrados no centro histórico, o que corresponde a dois campos de futebol e funcionou como centro de clausura absoluta até 1970. 


Clausura no Monastério de Santa Catalina.

Moravam 150 freiras, totalmente isoladas do mundo exterior, no entanto de modo abastado. Conforme a tradição da época, a segunda filha mulher das famílias nobres era honrosamente oferecida a religiosidade aos 13 anos, mediante um dote de valor altíssimo. Nos três primeiros anos as moças ficavam totalmente reclusas saindo de seus quartos apenas por duas horas ao dia, uma delas para a missa diária, rezada por um padre que ficava de costas, e outra para o banho de sol. A partir do segundo ano recebiam de suas famílias uma casa dentro dos muros do convento onde tinham até três serviçais para os trabalhos domésticos. Hoje, o monastério é aberto ao público, mesmo que ainda tenha uma ala em funcionamento. Vale contratar um guia para ouvir as tantas peculiaridades sobre o modo de vida luxuoso que as monjas levavam naquele labirinto de ruelas com nomes de cidades espanholas, repleto de claustros, casas, jardins e fontes.


Monastério de Santa Catalina.

Praticamente em frente ao monastério fica o restaurante Chicha, que vale uma reserva tanto pela tradicional cozinha do chef peruano Gaston Acurio como pelo astral da casa colonial com pátios internos e fontes. Arequipa é um reduto foodie e oferece uma gama de restaurantes que utilizam produtos da região preparados com técnicas ancestrais e toque contemporâneo. 


Restaurante no pátio interno do hotel Cirqa.

Não cheguei a experimentar muitos restaurantes da cidade (mesmo tendo várias indicações como Salamanto, Zig Zag, Tipika), pois minha hospedagem no hotel Cirqa me absorveu completamente.

 

LUXO ANCESTRAL

 

O sofisticado Cirqa tem carimbo da associação Relais & Châteaux, o que garante de cara que além do hotel ser ultra exclusivo, tem cozinha aclamada. O pátio central serve as refeições ao ar livre, desde o café da manhã até o jantar tendo a curadoria da chef Maria Fé García. O espaço é coberto por cortinas horizontais que dançam ao sabor do vento sendo despretensiosamente ornado com sofás cobertos por pelegos de alpaca, além de ser aquecido por fogueiras charmosíssimas. 


Mas se preferir um ambiente mais intimista basta subir dois degraus para entrar no salão todo envidraçado e com ambientação elegante. Para que sair dali se eu estava simplesmente cercada do que Arequipa tem de melhor tanto em termos de cozinha como de hospitalidade?


Restaurante do hotel Cirqa.

O hotel CIRQA abriu as portas em agosto de 2019 sobre camadas de história embutidas em um antigo monastério de 1586, a alguns passos da Plaza de Armas. Já na chegada, o aroma do Palo Santo invade o ambiente fazendo lembrar que a Igreja de Santo Agostinho ocupava exatamente aqueles corredores de aura meditativa. Não foi ao acaso que a renomada revista Travel + Leisure elegeu o CIRQA como um dos melhores novos hotéis do mundo em sua It List. 


Piscina do hotel boutique Cirqa, Arequipa.

São apenas 11 acomodações elegantes, equipadas com móveis modernos em madeira, banheiros delicadamente conjugados ao quarto e camas aconchegantes. Alguns quartos têm teto abobadado e paredes com arcos lembrando que ali já foi uma igreja. Eis um dos hotéis mais incríveis em que já estive. Fácil passar dias alternando coquetéis ao pôr do sol, mergulhos na piscina, massagens no spa, boas noites de sono e belas refeições, entre um passeio e outro.


Acomodações extremamente elegantes.

Aliás, para mergulhar no modo de vida arequipenho é fundamental dar um passeio pelo Mercado San Camilo. As tantas barracas coloridas oferecem frutas da região como papaya arequipenho, cactos, maracujá passiflora, chirimoia peruana, fisális; dezenas de tipos de milho e batata; além de ervas e produtos para oferendas e rituais xamânicos; e claro, os tradicionais sombreros, ou seja, chapéus de todo tipo, mostrando que cada região tem sua tradição. Os de feltro são lindíssimos. Inclusive, o hotel CIRQA oferece chapéus a seus hóspedes, para serem usados durante os passeios.


Quinoa nunca falta nos mercados peruanos.

Depois de conhecer quase todos os cantinhos de Arequipa decidi ir ao Museu Santuários Andinos para uma visita impactante: Juanita. O corpo de uma menina de 13 anos que foi sacrificada e oferecida aos deuses em uma cerimônia inca por volta de 1450 foi encontrado casualmente em 1995, congelado, a uma altitude de 6 mil metros, preservado por séculos dentro da cratera de um vulcão. Esse tipo de cerimônia com crianças era realizado no alto das montanhas quando haviam tragédias naturais que os incas não podiam controlar e então ofertavam as crianças mais bonitas e inteligentes do povoado na intenção de acalmar a fúria dos deuses. Uma visita pesada, tanto que nem estava incluída no roteiro, mas como esse fato cruel fez parte dos rituais ancestrais dos povos da região, decidi incluir. Essas atitudes brutais da humanidade trazem muita reflexão.


Foto oficial de Juanita. 

 VALE DEL COLCA

 

Mesmo querendo ficar um pouquinho mais em Arequipa estava na hora de partir para o Vale del Colca. Saímos de 2.300 metros em Arequipa, que já é bastante, indo a 5 mil metros de altitude e então descendo novamente até 3.500 ao chegar no hotel Belmond Las Casitas, no Vale del Colca. Percorremos uma das estradas mais altas do mundo. O trajeto sinuoso e repleto de paisagens espetaculares durou 5 horas, passando por dezenas de vicunhas selvagens, lagunas cheias de flamingos, fazendas de lhamas e alpacas, terraços de cultivo agrícola e mirantes cercados de vulcões. Em vários pontos da estrada havia montinhos de pedras empilhadas. Eram apachetas, espécie de oferendas aos deuses que residem nas montanhas com a intenção de agradecer as bênçãos de Pachamama, a mãe terra.


Uma estrada lindíssima.

É importante tomar cuidado para que a altitude não atrapalhe a viagem com sintomas chatos. Muita gente passa mal com o temido “soroche”. A sensação pode ser de cansaço, falta de ar, desânimo, dor de cabeça, enjoo... O ideal é preparar o corpo para encarar a altitude. Subir aos poucos para ir se aclimatando e consultar um médico para saber quais as melhores opções medicamentosas. Além disso, fuja das bebidas alcoólicas e das comidas pesadas. Algumas pessoas não sentem nada e outras precisam de oxigênio para aguentar a altitude. Nunca se sabe. Então vale se antecipar e prevenir.


As vicunhas são as donas do pedaço.

O Vale del Colca é famoso por ser o lar do condor andino, uma espécie da família dos abutres, que é a maior ave voadora do mundo com uma envergadura de asas que chega a 3,3 metros. Infelizmente o condor está em risco de extinção, sendo considerado Patrimônio Cultural e Natural da América do Sul. 


Os visitantes chegam ao redor das 8 horas da manhã no mirante da Cruz del Condor para o grande encontro. Mas, a natureza não é uma ciência exata e o condor depende das correntes de ar quente para se manter planando. Nos dias mais frios pode ser que eles não apareçam. Dei sorte. Mal acreditei quando a primeira ave passou a poucos metros e então outra e mais outra. Fiquei um bom tempo embevecida com o espetáculo à minha frente.


  
Cruz del Condor.

Também surpreende a beleza cenográfica da região e a simpatia do povo que vive da agricultura de subsistência - na forma de terraços herdados dos incas - e do turismo. No trajeto de retorno ao hotel fizemos várias paradas para apreciar o vale, para tomar sorvete de cactos no Pueblito de Maca e para bisbilhotar as tendas de artesanato.


Vale del Colca.

No hotel Belmond Las Casitas fomos recebidos efusivamente pela bebê lhama Jamila, de 3 meses, adotada pelo hotel ao ser rejeitada pela mãe. O hotel está localizado em um dos cânions mais profundos do mundo. 


Jamila é a mais nova mascote do Belmond Las Casitas.

Cada uma das vinte “casitas” é um santuário de serenidade e privacidade. A decoração toda em madeira traz um ar rústico ao mesmo tempo em que a sofisticação salta aos olhos. As casas são grandes, têm lareira, banheiros com ducha interna e externa, além de uma deliciosa piscina quente com águas termais que vem diretamente dos vulcões. Por duas vezes fomos surpreendidos por Juan Miguel, primeiro com um piquenique ao pôr do sol e no dia seguinte com um almoço no jardim. A experiência gastronômica do hotel Belmond Las Casitas é totalmente conectada com os sabores peruanos, elaborada com ingredientes locais frescos. A personalização do serviço e a atenção aos detalhes elevam a experiência tornando a hospedagem memorável.


    
Belmond Las Casitas. 

RUMO AO TITICACA

 

Nove horas de estrada passaram num segundo e enfim o sonhado Lago Titicaca se materializava à minha frente. Formado pelo degelo das montanhas do altiplano andino, ele é o lago navegável mais alto do mundo, estando 3.800 metros acima do nível do mar. Para mergulhar nesse sonho fiquei hospedada no espetacular hotel Titilaka, a uma pequena distância do centrinho da cidade de Puno, literalmente debruçado sobre os mistérios de um lago que tem a força da ancestralidade em suas águas geladas.


Flamingos no caminho do Vale del Colca a Puno.

Segundo uma lenda andina, foi no Titicaca que nasceu a civilização inca. O deus sol instruiu seus filhos a procurarem um bom abrigo. Eles chegaram a uma ilha batizada como Isla del Sol, a qual teria sido o berço dos incas, e dominaram a região entre os séculos XII e XVI, até a invasão espanhola. 

 

O Lago Titicaca é um mundo a parte que acolhe um povo tímido e hospitaleiro. Se divide entre Peru e Bolívia, tendo uma extensão de 190 x 80 quilômetros. Tanto as aldeias que cercam o lago como as que estão dentro dele acolhem os descentes incas, os quais ainda falam o idioma quéchua e vivem da pesca e do turismo às margens do lago.


Lago Titicaca, um sonho antigo.

De barco, saindo da porta do hotel Titilaca, em uma hora chegamos numa das tantas ilhas artificiais do lago chamadas de Uros – são mais de 40 -, onde as famílias vivem de modo muito peculiar. As tais ilhas são construídas manualmente com camadas sobrepostas de “totora”, uma planta aquática que cresce na superfície do lago, e sobre essa base são feitas pequenas casinhas também da palha dessa planta, onde as famílias vivem, sendo que as ilhas flutuam. Ficamos a manhã toda acompanhando a vida dessa família numa das visitas mais emocionantes da viagem.


Uma das tantas ilhas flutuantes - Uros - do Lago Titicaca.

Um modo de vida muito peculiar no Lago Titicaca.

 De tarde fomos até a ilha de Taquile, a segunda maior do lago, depois de Amantani. Antigamente chamava-se Intika. Durante a colonização espanhola a ilha passou a fazer parte da corte de Pedro Gonzales de Taquile, originando seu nome atual. Os espanhóis transformaram a ilha em uma prisão por longo tempo e apenas em 1970 tornou-se a cidade de Taquile. Durante esse período o uso dos trajes tradicionais incas foi proibido, o que fez a população adotar as vestes camponesas que hoje usam, com a cabeça coberta por influência moura. 


Uma jovem de Taquile com as vestes tradicionais.

O povo de Taquile se expressa artisticamente pela tecelagem num trabalho tão rico que é reconhecido mundialmente. Os tecidos feitos a mão na ilha são considerados um dos artesanatos de melhor qualidade do Peru, tanto que em 2005 Taquile e sua arte têxtil foram catalogados como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco. Os homens da ilha tecem os melhores gorros do país, pois como não há espaço suficiente para doação de terras e gado como dote ao pedir a mão de uma moça em casamento, a cultura propõe que o pretendente mostre sua habilidade ao entregar à família da noiva um gorro de trama muito fina. Eles chegam a levar um ano para fazer o tal gorro de dote. As mulheres também são extremamente habilidosas e tecem, entre tantas coisas, faixas para a cintura que são verdadeiras obras de arte.


Observe as diferenças dos gorros: o primeiro da esquerda para a direita é usado pelos meninos de até 7 anos, o marrom é usado pelas meninas de até 7 anos, o do meio é o gorro de dote, o outro é usado pelos meninos a partir de 7 anos no dia a dia e o último é usado pelos xamans.

No lago, cada povoado tem tradições próprias no modo de se vestir. Geralmente não compram roupas. As tecem. E se orgulham de passar de geração para geração. Os códigos sociais são transmitidos através das vestimentas e definem se a pessoa é solteira, casada, viúva, mãe, avó, xaman, órfão e por aí vai...


TITILAKA 


Retornamos no final do dia a tempo de curtir um pôr do sol belíssimo da varanda do Titilaka, um hotel Relais & Châteaux que é puro luxo à beira do Lago Titicaca. Seus 18 quartos têm vista para o lago, piso aquecido, banheira, frigobar bem abastecido e muito conforto. O hotel oferece todos os passeios e refeições incluídos no valor da diária. Me chamou atenção positivamente o fato do hotel investir na comunidade local. Mais de 70% de sua equipe mora nos povoados próximos, os produtos usados na cozinha são fornecidos pelos agricultores da região e todo o artesanato utilizado na decoração tanto dos quartos como das áreas comuns é feito por artesãos próximos.  E tudo que você gostar pode comprar na lojinha do hotel que tem excelente curadoria.


Hotel Titilaka.

Uma experiência sensacional à beira do Lago Titicaca.

Ao acaso presenciamos as festividades da Virgem da Natividade no povoado de Plateria, em Puno, onde vários grupos desfilavam, entre eles a ala das cholas – mulheres de melhor nível social – acompanhadas de uma banda. 


Festa popular em Plateria. 

Estávamos a caminho das ruínas de Sillustani que preservam tumbas pré-incas em frente ao lago Umayo, onde paramos para fazer um piquenique quando encontramos um casal pastoreando seu rebanho de ovelhas. A simpatia com que nos acolheram foi tamanha que dividimos nossa refeição com eles e recebemos sorrisos na forma de presente. Também visitamos Molloco, outro complexo de tumbas, e finalizamos o dia no portal Aramu Muro considerado um dos pontos magnéticos de energia mais forte do país - estrategicamente posicionado na mesma linha de Nazca e Machu Picchu – e onde são praticados rituais xamânicos. 


Ruínas de Sillustani, no alto da colina, à direita da foto.

Ruínas de Molloco.

Portal de Aramu Muro.

No dia seguinte o voo de retorno a Lima estava agendado para a tarde. Fizemos o check out cedinho para dar tempo de passar pelo espetacular Mercado de Troca. Sim, eles ainda fazem escambo. Trocam peixe por quinoa, batata por carne, argila para fazer sopa por milho e eventualmente compram alguma coisa com dinheiro. Uma cultura que remete a uma volta no tempo. 


Mercado de Troca, uma visita imperdível para encontrar os descendentes dos incas e aymaras.

De volta a Lima outra bela surpresa foi o hotel Fausto que acabou de abrir as portas no bairro de Miraflores e nos acolheu como se estivéssemos em casa.


Hotel Fausto, minha casa em Lima. 

Que viagem espetacular! Tenho que agradecer imensamente ao trabalho da Inguz Viagens que personalizou esse roteiro muito acima das nossas expectativas e nos brindou com experiências inesquecíveis. Sou pura gratidão. 


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COMENTÁRIOS

  1. oi sou peruano, este blog está muito bem, parabéns, praticamente você fez o passeio pelos lugares turísticos mais importantes de peru. Hoje em dia algumas coisas mudaram mas vale a pena fazer este tipo de percorrido ao longo do Peru.

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